Na educação também pode ser difundida essa ideia de cultura do fazer, tendo como objetivo que os alunos experimentem, testem e resolvam problemas.

O Movimento Maker está ligado ao conceito de DIY (do it yourself), em português, “faça você mesmo”. Esse movimento incentiva o desenvolvimento de habilidades para que as pessoas possam criar, consertar, remodelar e transformar objetos com as próprias mãos, formando um ambiente de colaboração, criatividade e proatividade.

Essa cultura do fazer surgiu nos anos 70, com o desenvolvimento dos primeiros computadores. Porém, o conceito de “do it yourself” (DIY) só ganhou notoriedade depois de 30 anos, graças à Revista Make e à feira Maker Faire.

No livro The Maker Movement Manifesto, de Mark Hatch, são apresentados 10 fundamentos do movimento maker. São eles:

  • Fazer: É essencial ao ser humano. Necessitamos criar, fazer e expressar-nos para nos sentirmos plenos. É algo que nos traz um sentimento único e que faz parte de nós;
  • Compartilhar: O ato de compartilhar transforma e ao compartilhar o que se fez e o que se sabe com os outros, tudo se torna mais prazeroso;
  • Presentear: É um dos atos mais gentis. E presentear alguém com algo que você mesmo fez se torna mais especial pois, ao fazer, é como se colocasse uma parte de si mesmo sua na criação;
  • Aprender: É importante aprender a fazer e sempre buscar aprendizados e conhecimentos para se aperfeiçoar em novas técnicas;
  • Equipamentos: É necessário ter as ferramentas corretas para cada criação, por isso é importante buscar e investir para consegui-las;
  • Divirta-se: Faça com bom-humor, dessa forma, se surpreenderá com os resultados;
  • Participe: Junte-se ao movimento maker, encontre-se com outros makers para trocar informações, conhecimentos e experiências;
  • Apoie: Contribua com o movimento de maneira intelectual, emocional, financeira, política e institucional. A esperança está em nós para mudarmos o futuro e  fazê-lo melhor;
  • Mude: Aceite e abrace sua trajetória, esteja aberto a mudanças para que melhore a cada dia.

No movimento maker, qualquer um pode aprender a fazer e desenvolver habilidades para criar.

Na educação também pode se beneficiar dessa cultura do fazer,  permitindo que os alunos experimentem, testem e resolvam problemas, ou seja, aprendam na prática. As feiras de ciências, aulas em laboratório ou aulas de robótica podem ser bons exemplos da aplicação do movimento maker nas escolas.

Para a aplicação do movimento maker na educação, é importante que haja uma preparação e formação dos educadores, para que eles possam conhecer as metodologias, ferramentas e tecnologias necessárias para melhor orientar seus alunos e transformar as aulas práticas. Os professores podem realizar cursos sobre o movimento maker ou receber treinamentos para se aperfeiçoarem e conseguirem introduzir esse conceito nas aulas, desenvolvendo as melhores metodologias para o engajamento dos alunos.

Além de oferecer formação à equipe docente, a escola precisa estar estruturada para inovações em sua grade curricular e oferecer cursos extracurriculares para ajudar na formação de seus alunos, como cursos de robótica e programação.

Também é possível desenvolver atividades práticas com estruturas menores e mais fáceis de serem implementadas na rotina escolar, como:

  • Horta comunitária;
  • Projetos de marcenaria;
  • Criação de brinquedos com materiais recicláveis;
  • Elaboração de jogos, tanto manuais quanto eletrônicos;
  • Compostagem;
  • Atividades de prototipagem.

Outra possibilidade é fomentar discussões em sala de aula, introduzindo situações-problema ou pautas sociais, como meio ambiente, para que os alunos troquem informações e debatam para chegar a uma resolução do problema, tornando-os mais conscientes.

A cultura do fazer traz um outro olhar para o aprendizado e ajuda no desenvolvimento de importantes habilidades para os alunos, como:

  • Criatividade;
  • Proatividade;
  • Trabalho em equipe;
  • Habilidades socioemocionais;
  • Comunicação;
  • Autonomia.

O movimento maker traz engajamento para as aulas e transforma o ambiente escolar, facilitando o aprendizado, fomentando a troca de conhecimentos e informações entre todos, o que faz com que os alunos se tornem ativos e busquem maneiras diferentes de resolver problemas.

Uma sala de aula interativa faz com que o processo de ensino-aprendizagem seja prazeroso e possibilita diferentes formas de aprendizagem. Com atividades práticas, o conteúdo pode ser explorado e aprofundado, além de ser entendido e absorvido com mais facilidade e rapidez pelos alunos. A prática ajuda os alunos a despertarem e desenvolverem a mente e o raciocínio, além de auxiliar no desenvolvimento cognitivo.

Permitir aos alunos experimentar e testar caminhos diferentes para a resolução de algum problema faz com que eles desenvolvam sua capacidade intelectual, e pensando por si mesmos para chegar a alguma solução. Dessa maneira, também estarão mais aptos para os desafios do dia a dia.

É muito importante que a educação acompanhe as mudanças e transformações para que consiga se comunicar com os alunos de hoje em dia e trazer uma proximidade que garante uma aprendizagem eficaz.

Há alguns livros que abordam a temática da cultura maker:

  •       Makers: A Nova Revolução Industrial, de Chris Anderson;
  •       Ludicidade, Jogos Digitais e Gamificação na Aprendizagem, de Luciano Meira e Paulo Blikstein;
  •       Robótica Educacional: Experiências Inovadoras na Educação Brasileira, de Rodrigo Barbosa e Silva e Paulo Blikstein;
  •       The Maker Movement Manifesto: Rules for Innovation in the New World of Crafters, Hackers and Tinkerers, de Mark Hatch.

Utilizando das ferramentas corretas e a tecnologia como aliada à educação, o movimento maker traz uma transformação no ensino e em aulas dinâmicas, beneficiando a aprendizagem, tornando-a mais acessível, estimulando o empreendedorismo e desenvolvendo capacidades e habilidades propícias ao mercado de trabalho. Um ensino prático transforma a vida dos alunos.

 

Referências:

Universo Maker
Desafios da Educação
Escolas Exponenciais
Revista Educação