A evasão escolar é um dos maiores desafios da educação brasileira, especialmente no Ensino Médio, que apresenta as maiores taxas de abandono. Dados do Ministério da Educação revelam que o Ensino Médio tem a taxa de evasão mais elevada entre todos os ciclos, com 13,3% dos estudantes deixando a escola antes de concluir essa etapa. Embora o problema seja mais evidente nesse nível, ele também afeta a educação básica, particularmente em grupos mais vulneráveis, como estudantes quilombolas, indígenas e da educação especial.
A evasão escolar é um fenômeno complexo que resulta de múltiplos fatores, como problemas econômicos, questões sociais e a falta de apoio familiar e escolar. Em relação ao contexto internacional, o Brasil ocupa uma das posições mais críticas, com a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Diversas soluções internacionais foram propostas para mitigar esse quadro, no entanto, quando falamos de prevenção, o papel da família se destaca como fator central.
É sabido que, mesmo em circunstâncias adversas, os pais e responsáveis podem desempenhar um papel fundamental ao criar nos filhos a percepção do valor da educação. Estudos indicam que a falta de envolvimento familiar pode agravar o risco de abandono escolar. Famílias que mantêm uma participação ativa na vida acadêmica dos filhos — comparecendo às reuniões de pais e mestres, acompanhando as notas e buscando ajudar com os deveres de casa — têm mais chances de garantir que os estudantes permaneçam na escola.
Outro dado importante é que, segundo pesquisas do California Dropout Research Project, a evasão escolar está fortemente ligada à ausência de um ambiente familiar que valorize a educação. O engajamento da família, muitas vezes, é a chave para que os alunos superem barreiras socioeconômicas e concluam o ciclo escolar. A educação é, em muitos casos, a única ferramenta capaz de quebrar o ciclo da pobreza, e os pais têm o poder de transmitir essa mensagem aos filhos desde cedo.
Para aqueles que enfrentam dificuldades em participar presencialmente das reuniões escolares, recomenda-se buscar alternativas, como agendar conversas com professores e coordenadores em horários alternativos ou manter contato por outros meios de comunicação oferecidos pela escola. Além disso, demonstrar interesse constante pela rotina escolar e discutir o dia a dia dos estudos com os filhos pode reforçar neles a ideia de que a educação é uma prioridade.
A participação familiar é crucial para o sucesso educacional. A família não apenas atua como um suporte emocional, mas também como uma ponte entre o estudante e a escola. Quando os pais reforçam o valor da educação, mesmo em ambientes desafiadores, eles criam nos filhos a resiliência necessária para enfrentar e superar os obstáculos ao longo da jornada escolar.