Criança sorridente participando de atividade de Educação Física na sala de aula com outros alunos ao fundo.
Categories Dicas de Aula Educação
Sua escola não tem quadra coberta e hoje está chovendo… o que fazer? Sabemos que as aulas de educação física são um dos momentos mais esperados pelas crianças durante a semana e mantê-los em uma sala de aula devido à chuva, além de ser frustrante para os pequenos, pode ser um verdadeiro desafio para os professores.

Mas, saiba que, quando a quadra está molhada ou o espaço externo não está disponível, com um pouco de criatividade, a sala de aula pode se tornar um ótimo ambiente para manter os alunos ativos e engajados! O segredo é adaptar as atividades para um espaço menor, focando em movimento, coordenação e interação.

Não sabe por onde começar? Sem problemas! No artigo de hoje, vamos trazer dicas de atividades de Educação Física que podem ser feitas dentro da sala de aula. Claro que levamos em consideração questões muito importantes, como espaço, materiais e, principalmente, a segurança das crianças.

Alongamento e consciência corporal


Um dos principais problemas da aula de Educação Física em sala é a falta de espaço. Porém, ainda assim, é possível contornar esse ambiente trabalhando atividades que promovem tanto a flexibilidade, quanto a percepção do próprio corpo. E, para começar bem, o que você acha um alongamento dirigido? Para fazer isso, peça aos alunos para se sentarem ou ficarem em pé ao lado de suas carteiras e guie-os por uma série de alongamentos para braços, pernas, pescoço e tronco. Para variar, inclua alongamentos que eles podem fazer sentados.

Se quiser dar uma incrementada nos alongamentos, você também pode explorar posturas simples de Yoga ou exercícios de pilates! Ambos podem ser feitos no local, focando na respiração, equilíbrio e fortalecimento muscular. Se você não conhece nenhuma postura de Yoga, saiba que é possível encontrar vídeos curtos e seguros em canais como TikTok ou YouTube com tutorias para iniciantes.

Aliás, se você achou essa dica interessante, saiba que, recentemente, publicamos um artigo sobre o Tai Chi Chuan: uma arte marcial chinesa interna e sem impactos que também pode ser trabalhada facilmente em sala de aula. Para acessá-la, basta clicar no link abaixo:

Jogos de Coordenação e Reação


Depois do aquecimento, que tal uma atividade para estimular o espírito competitivo das crianças? Jogos de coordenação e reação são uma boa pedida para elaborar atividades de educação física em sala de aula que mantenham seus alunos entretidos e engajados.

Uma brincadeira deste tipo que todos de mais idade conhecem é o clássico “Vivo ou Morto”. Sua simplicidade e a necessidade de atenção e agilidade tornam o jogo divertido e eficaz para trabalhar diversos aspectos do desenvolvimento motor e cognitivo.

Para quem não conhece, o “Vivo ou Morto” é simples: uma pessoa é designada como o "líder" (geralmente o professor ou um aluno escolhido), e os demais são os "jogadores". O líder comanda os jogadores, que devem se posicionar conforme as ordens:

  • "Vivo!": Todos os jogadores devem levantar-se e ficar de pé.

  • "Morto!": Todos os jogadores devem agachar-se rapidamente.


O objetivo é executar a ordem correta o mais rápido possível. Quem errar a posição (ficar em pé quando deveria agachar, ou vice-versa) ou demorar demais para reagir é eliminado do jogo.

Atividades lúdicas e de socialização


Para finalizar a aula, você pode apostar em atividades que promovem a interação e a diversão sem exigir muito movimento. Mas, como? Uma brincadeira clássica que pode ser realizada dentro de sala é a “Caça ao Tesouro”: O professor pode descrever um objeto no ambiente e os alunos devem adivinhar o que é. Também é possível esconder um objeto pequeno e dar dicas verbais para que as crianças o encontrem visualmente.

Em classes mais avançadas, você também pode fazer um Quiz sobre Educação Física, abordando temas sobre esportes, saúde e outras curiosidades relacionadas à matéria. Para dar ainda mais emoção, divida a turma em grupos e dê pontos para a equipe em cada resposta certa - essa é uma ótima oportunidade para estimular também o espírito de equipe entre os seus alunos.

Dicas de ouro para aulas de Educação Física em sala de aula


Como falamos no início do artigo, as aulas de Educação Física são especiais e muito aguardadas pelas crianças durante a semana. Este é o momento onde elas podem “descarregar” sua energia e interagir com os amigos em um ambiente ao ar livre. Por isso, é importante que você se esforce ao máximo para oferecer uma aula que supere a frustração das crianças em não poderem sair da sala. 

Uma das alternativas para criar um ambiente mais animado que faça a criança se desconectar da sala de aula é apostar em músicas - em um volume razoável, para não dispersar a turma ou atrapalhar o professor ao lado. Além disso, esteja pronto para adaptar as atividades conforme a resposta dos alunos e o espaço disponível. Lembre-se que as crianças ficam entediadas facilmente. Assim, intercale a aula com duas ou três propostas de atividades para manter o interesse dos alunos e garantir que ela continue sendo a mais aguardada por todos.
Criança lendo um livro em uma biblioteca, promovendo a cultura literária com livros recomendados para estimular o hábito de leitura.
Categories Cultura Dicas de Aula Educação
Estimular a leitura em jovens, especialmente os da faixa do Ensino Fundamental - Anos Finais, é um gigantesco desafio para qualquer professor. Em um mundo onde as crianças estão cada vez mais acostumadas com conteúdos rápidos, mastigados e superficiais, apresentar um livro cheio de palavras, sem figuras, é uma tarefa extremamente difícil - mas, não impossível! 

No artigo de hoje, trouxemos quatro dicas de livros que vão ajudar a estimular a cultura literária nos alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais. Além da literatura, recentemente, divulgamos uma matéria com animações indicadas ao Oscar 2025 que podem ser utilizadas em suas aulas. Para conferir o conteúdo completo, basta clicar no link abaixo:

Extraordinário: um exercício de empatia em uma forte mensagem contra o bullying


Chamado originalmente de “Wonder”, o livro Extraordinário narra a emocionante história de August “Auggie” Pullman, um menino de dez anos que nasceu com a síndrome de Treacher Collins - que causa uma deformidade facial severa. Após anos de educação em casa, Auggie precisa enfrentar o maior desafio de sua vida até então: frequentar o quinto ano em uma escola presencialmente pela primeira vez.

Escrito pela autora R.J. Palácio após ela presenciar uma cena de contato entre seu filho e uma menina com a síndrome de Treacher Collins, o livro mergulha nas dificuldades e preconceitos que Auggie enfrenta por sua aparência em uma narrativa feita sob perspectivas de diferentes personagens. Ele aborda temas importantes e recorrentes na vida de crianças do Ensino Fundamental, como bullying e busca por aceitação.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


Apesar de abordar temas delicados, Extraordinário possui uma narrativa cativante contada através uma linguagem acessível. Além disso, a forma como a história é contada, com capítulos curtos e ponto de vista alternados, facilita tanto a leitura quanto a imersão dos jovens leitores na trama. 

O Menino do Pijama Listrado: reflexão sobre as consequências do preconceito


Escrito por John Boyne, o livro “O Menino do Pijama Listrado” narra a história de Bruno, um garoto alemão de família abastada que leva uma vida confortável em Berlim durante a Segunda Guerra Mundial. Sua rotina muda de forma drástica quando seu pai, um oficial nazista de alta patente, é promovido e a família se muda para uma casa isolada, próxima ao campo de concentração de Auschwitz.

Ao decorrer da história, Bruno encontra Shmuel, um menino judeu da sua idade que está aprisionado no campo. Mesmo com a cerca e realidades completamente diferentes, Bruno e Shmuel desenvolvem uma amizade pura e verdadeira. Ainda que tendo o Holocausto em segundo plano, o livro consegue fazer um contraponto entre a inocência infantil confrontada com a brutalidade da guerra e o genocídio.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


O Menino do Pijama Listrado oferece uma primeira abordagem relativamente leve a um dos períodos mais sombrios da história da humanidade. Contado da perspectiva inocente de uma criança, ele torna a complexidade e a crueldade do Holocausto mais acessíveis, sem ser excessivamente gráfico, mas ainda assim impactante.

Além disso, a amizade improvável entre Bruno e Shmuel destaca a irracionalidade do preconceito e do ódio. Através da pureza do olhar infantil, os alunos são levados a questionar as divisões impostas pelos adultos e a refletir sobre as consequências devastadoras da discriminação

Capitães da Areia: representação crua da realidade de muitas crianças no Brasil


Chegou a hora de trazermos uma obra brasileira para a nossa lista! “Capitães da Areia, de Jorge Amado, narra a vida de um grupo de meninos de rua órfãos e abandonados que vivem em um trapiche desocupado no cais de Salvador, na Bahia. Liderados por Pedro Bala, um garoto destemido, os jovens sobrevivem de pequenos furtos, golpes e mendicância nas ruas da cidade.

Ao longo da história, Capitães da Areia apresenta em sua narrativa os desafios diários enfrentados pelos meninos, seus sonhos, suas alegrias e suas dores. Jorge Amado humaniza esses personagens, revelando suas complexidades e como a amizade e a solidariedade se tornam seus pilares de sustentação para a sobrevivência.

Em determinado momento, a trama se aprofunda nos conflitos das crianças com a polícia e a sociedade, mas também aborda o despertar para o amor, a injustiça social e as diferentes escolhas que cada um dos meninos faz ao crescer, traçando seus destinos em uma Salvador vibrante e cheia de contrastes.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


Capitães da Areia explora a realidade da infância abandonada e da miséria social no Brasil de forma crua e realista. Ao acompanhar as aventuras das crianças no livro, os alunos são levados a refletir sobre temas delicados como a pobreza, a exclusão social, a violência, a marginalização e a falta de oportunidades, estimulando um senso crítico sobre as desigualdades presentes na sociedade.

Não podemos deixar de dizer também que a obra é um retrato vívido da Bahia dos anos 1930, com suas tradições, crenças populares, festas e o sincretismo religioso. Através da linguagem rica e poética de Jorge Amado, os alunos têm contato com elementos importantes da cultura brasileira, o que enriquece seu repertório cultural e sua compreensão sobre a identidade nacional.

Dom Quixote: atravessando a linha tênue entre loucura e razão


Para finalizar a nossa lista de indicação de livros, trazemos um clássico da literatura mundial: “Dom Quixote de La Mancha”. Escrito por Miguel de Cervantes Saavedra, o livro narra as aventuras de um fidalgo espanhol de meia-idade que, após ler muitos romances de cavalaria, perde o juízo e decide se tornar um cavaleiro andante com a missão de praticar atos de heroísmo em nome de sua dama idealizada - uma simples camponesa elevada à condição de princesa apenas na cabeça do próprio.

A visão distorcida da realidade de “Dom Quixote” o leva a confundir moinhos de vento com gigantes, rebanhos de ovelhas com exércitos inimigos e uma taverna com um castelo. De forma bem humorada, a obra traz críticas aos exageros dos romances de cavalaria e explora temas como a fronteira entre a loucura e a razão, a busca por ideais, a realidade e a ilusão, e a natureza da própria ficção.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


A história de Dom Quixote é um convite fascinante para explorar a linha tênue entre a realidade e a fantasia. Os alunos são levados a questionar o que é real, o que é percebido e como a imaginação pode moldar nossa visão do mundo. Essa dualidade entre o idealismo de Quixote e o pragmatismo de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, estimula o pensamento crítico e a capacidade de interpretar diferentes perspectivas.

Assim como a literatura, o cinema é uma poderosa ferramenta pedagógica


Da mesma forma que os livros, os filmes também podem ser uma alternativa para incrementar as suas aulas e engajar seus alunos em discussões, reflexões e até mesmo outras atividades relacionadas às mensagens transmitidas nos filmes. Se você quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos que assista ao episódio 11 do nosso Podcast: Educação na Mesa.

Nesta edição, contamos com a presença do professor de História e Coordenador do clube de cinema do Colégio Etapa, Thomas Wisiak, que debateu a importância dos filmes como ferramenta pedagógica, além de dicas para ajudar você a montar um Clube de Cinema em sua escola. Para conferir o episódio na íntegra, acesse o link abaixo:



 
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Categories Educação Neurociência Nivelamento escolar Transtornos de Aprendizagem
Caligrafia ruim ou dificuldades para escrever não são, necessariamente, resultados de desinteresse do aluno ou um plano pedagógico ruim. Na verdade, de uma forma parecida com a discalculia, existe um transtorno que pode transformar o simples processo de escrever em um enorme desafio para a criança: a disgrafia.

No artigo de hoje, vamos falar tudo o que você precisa saber sobre a disgrafia, como saber diferenciar ela de outros transtornos, como a dislexia, e o que você deve fazer ao encontrar alunos com esse problema. Lembrando que já temos uma matéria que fala sobre a discalculia, relacionada à dificuldade de aprendizagem em matemática. Para acessá-la, basta clicar no link abaixo:

O que é Disgrafia?


A disgrafia é um transtorno de aprendizagem que afeta a capacidade do aluno de escrever de forma clara, legível e organizada. Isso significa que crianças com esse transtorno não escrevem mal por falta de inteligência ou preguiça, mas sim devido a uma dificuldade neurológica que interfere na coordenação motora fina e no processamento das informações necessárias para a escrita.

Além disso, a disgrafia pode ser classificada por sua origem e em diferentes tipos, que possuem características bem distintas. A seguir, vamos comentar mais sobre cada um deles.

Tipos de disgrafia por origem


Disgrafia por desenvolvimento


Esta é a origem mais comum de disgrafia. Normalmente, ela é diagnosticada durante o processo de aprendizagem da escrita ainda na infância. Diferente da adquirida, ela não está associada a uma lesão cerebral específica ou trauma, mas sim a dificuldades no desenvolvimento das habilidades necessárias para a escrita, como percepção visual, organização espacial ou coordenação motora fina.

Disgrafia adquirida


Mais comum em adultos, a disgrafia adquirida ocorre em pessoas que já tinham uma escrita normal, mas perdem a capacidade devido a uma lesão cerebral como, por exemplo, trauma cranioencefálico e acidente vascular cerebral, ou doenças neurológicas. Nesses casos, a pessoa desaprende a escrever, ou sua escrita sofre um comprometimento considerável.

Tipos de disgrafia por aspecto afetado


Disgrafia motora


A disgrafia motora, também chamada de discaligrafia, é o tipo mais conhecido. Aqui, o problema central está na coordenação motora fina e na execução física da escrita. A pessoa tem dificuldade em realizar os movimentos precisos para escrever as letras, resultando em diversos problemas.

Disgrafia espacial


Como o nome sugere, esse tipo de disgrafia, também chamada de visuoespacial, tem sua principal dificuldade ligada à organização espacial da escrita na página. Isso significa que a criança pode ter problemas em manter a escrita dentro das linhas e margens, dificuldades em escrever letras com proporções consistentes, utilizar espaçamento inconsistente entre palavras e linhas, entre outros.

Disgrafia linguística


Embora a seja primariamente um problema de escrita, a disgrafia linguística se aproxima mais das dificuldades de processamento da linguagem. A caligrafia pode até ser razoável, mas a criança apresenta muitos erros ortográficos, gramática e sintaxe. Isso acontece devido a dificuldades:

  • Fonológica: quando o aluno tem problema para converter os sons em letras, especialmente em palavras novas ou pseudopalavras. Nesses casos, a criança depende muito da "rota lexical" (memória visual de palavras);

  • Lexical: dificuldade em utilizar a memória visual para escrever palavras já conhecidas - especialmente aquelas com ortografia irregular (que não seguem as regras fonéticas). O aluno tende a soletrar as palavras foneticamente, o que pode levar a erros em palavras homófonas.


Como saber se um aluno tem disgrafia?


Identificar um aluno com disgrafia é uma tarefa complexa. Para isso, o professor deve observar um conjunto de sinais persistentes que afetam a escrita da criança. É importante deixar claro que a “letra feia”, por si só, não é suficiente para o diagnóstico

Existem muitos fatores que podem influenciar a caligrafia, sendo que a disgrafia é um transtorno mais abrangente. Para justificar a suspeita desse transtorno, é importante identificar dois ou mais dos seguintes sintomas:

Caligrafia Ilegível ou dificuldade na formação das letras:

  • Letras malformadas, incompletas, com tamanhos e formas inconsistentes;

  • Espaçamento irregular entre letras, sílabas e palavras (muito juntas ou muito separadas);

  • Dificuldade em manter as letras na linha ou dentro das margens;

  • Mistura de letras maiúsculas e minúsculas ou de diferentes tipos de letra (cursiva e bastão) na mesma palavra ou frase;

  • Traçado excessivamente forte (chega a furar o papel) ou muito fraco.


Lentidão excessiva ao escrever:

  • O aluno demora muito mais tempo que os colegas para completar tarefas escritas;

  • Pode parecer que ele "luta" com cada letra, em vez de escrever com fluidez.


Problemas de coordenação motora fina relacionados à escrita:

  • Manuseio inadequado do lápis (muito forte, muito frouxa, dedos em posições incomuns);

  • Dor ou cãibras na mão/braço ao escrever;

  • Postura corporal tensa ou incomum durante a escrita;

  • Dificuldade em realizar outras tarefas de coordenação motora fina (amarrar cadarços, usar tesoura, abotoar roupas).


Organização e estruturação do texto:

  • desorganização visual na folha: textos desordenados, com rasuras excessivas, borrados;

  • dificuldade em organizar os pensamentos de forma coerente no papel, mesmo que o aluno consiga expressá-los oralmente;

  • dificuldade em planejar o espaço, fazendo com que o texto fique "espremido" no final da linha ou página.


Dificuldades ortográficas e gramaticais (nem sempre presentes, mas podem coexistir):

  • erros ortográficos frequentes que não correspondem à idade ou ao nível de ensino;

  • omissão, inversão ou substituição de letras e sílabas;

  • problemas com pontuação e gramática;

  • esses sinais podem indicar também disortografia, que frequentemente está associada à disgrafia.


Frustração e aversão à escrita:


  • o aluno pode evitar tarefas que envolvam escrita;

  • apresenta baixa autoestima ou ansiedade ao ser solicitado a escrever.


O que fazer ao identificar um aluno com disgrafia?


Ao identificar os sinais da disgrafia de forma persistente, ao ponto de prejudicar significativamente o desempenho do aluno em sala de aula, é crucial que o professor converse com a família e indique uma avaliação profissional. O diagnóstico desse transtorno requer uma abordagem multidisciplinar, exigindo exames com neurologistas, psicopedagogos, neuropsicólogos, entre outros.

É fundamental que o diagnóstico seja realizado por especialistas, pois a disgrafia é um transtorno complexo e sua intervenção é mais eficaz quando direcionada às necessidades específicas do aluno. O apoio e as adaptações adequadas podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima do estudante.

Como promover a inclusão de alunos com disgrafia


A disgrafia, semelhante a outras condições neurodivergentes, pode representar um desafio considerável para a participação plena do estudante em sala de aula, impactando também o educador. Mas, como podemos fomentar a inclusão de crianças que enfrentam essa dificuldade na escrita?

No terceiro episódio do Podcast “Educação na Mesa”, conversamos com a neuropsicopedagoga Milena Trimer sobre estratégias para incluir alunos com TDAH, TOD e TEA no ambiente escolar. Embora o foco desse debate específico tenha sido esses outros transtornos, muitos dos princípios de inclusão abordados podem ser adaptados para apoiar estudantes com disgrafia. Você pode assistir à entrevista completa em nosso canal, acessando o link abaixo:

 
Professora sorridente em sala de aula segurando livro vermelho, representando inspiração de mulheres brasileiras na história.
Categories Cultura Dicas de Aula Educação História

Cinco mulheres brasileiras esquecidas pela história que merecem lugar nas salas de aula


A história brasileira é rica em figuras importantes de ambos sexos. Contudo, infelizmente, não temos o costume de abordar grandes nomes femininos de nossa história - o que é uma pena, vide a enorme contribuição que muitas mulheres tiveram na construção na cultura e sociedade do Brasil.

Por isso, no artigo de hoje, separamos cinco mulheres brasileiras que deveriam ser mais estudadas na escola, os motivos para essas escolhas e como você pode utilizá-las em sala de aula. Aproveitando, recentemente, publicamos uma matéria sobre a Semana da Cultura Nordestina e algumas dicas de como você pode trabalhar em aula. Para acessá-lo, basta clicar no link abaixo:

Maria Quitéria: a primeira militar brasileira


Figura heroica na Guerra da Independência do Brasil contra Portugal, Maria Quitéria de Jesus desafiou rígidas expectativas sociais da época, que limitava às mulheres apenas papéis domésticos. Com um forte desejo de lutar pela liberdade de sua terra, Quitéria, em um ato de ousadia e disfarce, cortou os cabelos, vestiu-se com roupas masculinas e se apresentou para o alistamento em 1822, ocultando sua identidade.



A determinação e habilidades militares da baiana logo foram notadas e, mesmo após sua identidade feminina ter sido descoberta, ela foi mantida nas forças armadas e se destacou em combate - tornando-se, assim, a primeira mulher a servir oficialmente em uma unidade militar no Brasil.

Por sua coragem e dedicação à causa da independência, foi promovida a alferes e condecorada com a Imperial Ordem do Cruzeiro pelo próprio Dom Pedro I. Maria Quitéria se tornou um símbolo de força, quebra de barreiras de gênero e patriotismo, sendo hoje reconhecida como uma das grandes heroínas nacionais do Brasil.

Maria Felipa de Oliveira: um dos símbolos esquecidos da independência do Brasil


Conterrânea de Maria Quitéria, Maria Felipa de Oliveira também foi uma heroína da Guerra da Independência do Brasil na Bahia. Ela atuou ativamente nas lutas pela libertação do domínio português na Ilha de Itaparica, organizando e liderando um grupo de mulheres e homens que ficou conhecido como o “Batalhão das Heroínas". 



A atuação de Maria Filipa foi crucial para a resistência em Itaparica e para a eventual expulsão dos portugueses da Bahia. Sua história, embora por muito tempo menos conhecida que a de outras heroínas, simboliza a participação fundamental de mulheres e da população negra e mestiça na construção da independência do Brasil.

Cora Coralina: prova que idade não deve ser um fator limitante


Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina foi uma das mais importantes poetisas e contistas brasileiras do século XX. Nascida em 1889, na cidade de Goiás–GO, a antiga capital do estado, ela teve uma vida marcada pela discrição e pela dedicação à doçaria, ofício que exerceu por muitos anos para sustentar sua família.



A vida literária de Cora Coralina só ganhou reconhecimento na velhice, quando publicou seu primeiro livro, "Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais", em 1965, aos 76 anos. Cora faleceu em 1985, aos 95 anos, mas deixou um importante legado na literatura brasileira, sendo admirada por sua autenticidade e por demonstrar que a arte e o reconhecimento podem florescer em qualquer etapa da vida.

Zilda Arns: referência mundial na saúde infantil


Zilda Arns foi uma médica, pediatra e sanitarista brasileira. Seu trabalho é notável pela incansável dedicação à saúde pública e à redução da mortalidade infantil. Sua paixão por ajudar os mais vulneráveis a levou a fundar a Pastoral da Criança - uma iniciativa cujo objetivo era capacitar líderes comunitários a orientar famílias carentes sobre práticas de saúde básica e desenvolvimento infantil por meio de uma metodologia simples e eficaz.



Sob a liderança de Zilda, a Pastoral da Criança expandiu-se rapidamente, tornando-se uma das maiores e mais importantes organizações de combate à desnutrição e mortalidade infantil no mundo. O trabalho da Pastoral, baseado na solidariedade e na disseminação de conhecimento prático, resultou em uma significativa queda nas taxas de mortalidade infantil nas comunidades onde atuava, salvando milhões de vidas. Por sua dedicação e impacto social, Zilda Arns recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais.

Clementina de Jesus: resgatou a identidade afro-brasileira


Conhecida carinhosamente como “Rainha Quelé”, Clementina de Jesus foi uma das maiores e mais autênticas vozes da música do Brasil, sendo um verdadeiro ícone tanto do samba, quanto da cultura afro-brasileira. Nascida em 1901 em Valença, Rio de Janeiro, Clementina teve uma vida de dedicação ao trabalho doméstico e só iniciou sua carreira artística profissionalmente aos 63 anos.

Ela revisitou sambas antigos, jongos, cânticos de candomblé e outros ritmos tradicionais que estavam à beira do esquecimento, preservando e difundindo um rico patrimônio cultural. Por isso, sua presença nos palcos e estúdios era um ato de resistência e celebração da identidade afro-brasileira. 



Clementina também colaborou com grandes nomes da MPB, como Elton Medeiros e Candeia, e participou de importantes espetáculos e gravações que a consolidaram como uma figura essencial. Seu legado imaterial de valor é incalculável e continua a inspirar novas gerações de artistas a manter viva a memória e a força da cultura popular brasileira.

Por que a história dessas mulheres em sala de aula?


Trabalhar a história dessas mulheres em sala de aula é de suma importância por diversas razões. Primeiramente, essas figuras quebram o estereótipo de que a história é feita apenas por grandes homens, revelando o papel fundamental e muitas vezes invisibilizado das mulheres em diferentes épocas no Brasil.

Ao apresentar exemplos de coragem, liderança, criatividade e resistência feminina, os alunos – tanto meninos quanto meninas – são expostos a modelos inspiradores que contribuíram significativamente para a sociedade, independente das limitações sociais presentes no contexto de sua época.
Grupo de crianças assistindo a uma apresentação ou aula em ambiente escolar, em uma sala bem iluminada, com atenção voltada para o que está acontecendo.
Categories Atividades Cultura lúdico
O Oscar 2025, como de praxe nos últimos anos, teve uma disputa muito acirrada no prêmio de melhor animação - vencido pelo belíssimo filme Flow. E a melhor parte é que todas as animações, com exceção de Memórias de um Caracol (voltado para o público adulto), trazem ótimas oportunidades para serem trabalhadas em aula.

No artigo de hoje, vamos apresentar, sem spoilers, um pequeno resumo sobre quatro das animações indicadas ao Oscar, incluindo o vencedor, para qual faixa o filme é indicado e como você pode utilizá-los em sua sala de aula.

Wallace & Gromit: Avengança - criatividade e contato com um “novo” formato de arte


Produzidos em stop-motion, técnica de animação que consiste em criar a ilusão de movimento através da sequência de imagens, os filmes da série Wallace & Gromit, por si só, já são um prato cheio de diversão para as crianças, principalmente as da Educação Infantil. As narrativas são focadas no inventor atrapalhado Wallace e seu fiel e inteligente companheiro, o cachorro Gromit, e sempre surpreendem pela criatividade e pelo característico humor britânico.

Em “Avengança”, a dupla precisa enfrentar um antigo conhecido após uma das invenções de Wallace, como de costume, sair do controle. O filme faz uma crítica sutil e engraçada à dependência tecnológica cada vez maior de nossa sociedade e promete prender a atenção das crianças com a criatividade dos cenários e da engenhosidade das criações do inventor.

Com um cenário cada vez mais marcado por animações feitas em computação gráfica, Wallace & Gromit surge como uma oportunidade de apresentar aos seus alunos um modelo artístico diferente - pouco comum atualmente. E você pode estimular a criatividade das crianças ao propor uma atividade de replicar cenas, invenções ou personagens do filme com massinha de modelar.

O Robô Selvagem - a importância da empatia e tolerância


Adaptação de uma série de livros criadas pelo autor Peter Brown, o Robô Selvagem era apontado por muitos como o favorito à premiação do Oscar de Melhor Animação - não à toa. O filme conta a história de Roz, uma robô inteligente criada para executar qualquer tarefa que acaba naufragada em uma ilha habitada apenas por animais selvagens.

Para sobreviver ao novo ambiente enquanto aguarda o resgate, Roz precisa aprender a se adaptar à flora e fauna da ilha, fazendo amizade com uma raposa e um pequeno ganso órfão. Assim como o filme anterior em nossa lista, Robô Selvagem aborda o tema da tecnologia, desta vez em um conflito com a natureza. Contudo, ele também passa valores importantes, como respeito, empatia, tolerância e a importância em aprender a adaptar-se em ambientes diferentes.

A jornada de Roz para entender e se conectar com os animais da ilha ilustra a importância de se colocar no lugar do outro e respeitar as diferenças. Além disso, a aceitação mútua entre Roz e os animais, apesar de suas naturezas distintas, ressalta a importância da tolerância e da superação de preconceitos. Dessa forma, o Robô Selvagem pode ser utilizado para promover debates sobre pautas importantes como bullying, inclusão e diversidade - especialmente para alunos do Ensino Fundamental na fase de transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais.

Divertida Mente 2 - como lidar com as emoções durante a puberdade


Sequência da aclamada animação de 2015, “Divertida Mente 2” pode até não ter conquistado uma estatueta como seu antecessor, mas sua qualidade faz jus à indicação ao Oscar de Melhor Animação. A trama segue a história da protagonista Riley que, desta vez, precisa lidar com a puberdade e o surgimento de novas emoções.

A história acontece durante um acampamento de verão onde a protagonista descobre que suas amigas de longa data vão mudar de escola no próximo ano letivo. Ao mesmo tempo, as emoções de Riley (alegria, tristeza, raiva e medo) precisam lidar com o surgimento de novas companheiras (ansiedade, tédio e timidez) em um conflito pelo comando da vida da personagem.

O filme Divertida Mente 2 pode ser abordado em sala de aula de diferentes maneiras, sendo especialmente indicado a alunos do Ensino Fundamental Anos Finais que compartilham não só a mesma faixa etária, como também os mesmos dilemas da protagonista. Desta forma, é possível debater temas comuns no universo dos adolescentes, como o conceito de identidade e como ela é construída ao longo do tempo, discutir a tomada de decisões e as consequências das ações baseadas em diferentes emoções e explorar as pressões sociais e a busca por pertencimento em grupos.

Flow - superando as diferenças em prol do bem maior


Talvez a grande surpresa do Oscar 2025, o filme Flow conquistou merecidamente o prêmio de melhor animação por apresentar uma narrativa criativa e extremamente tocante, mesmo sem nenhum diálogo verbal entre os protagonistas. Chamado originalmente de Straume (que, em letão, significa fluxo ou corrente), Flow conta a história de animais afetados por uma inundação que atinge uma floresta.

Uma das características mais marcantes no filme é a relação de parceria construída entre os animais de diferentes espécies que tentam sobreviver à enchente. Flow tem potencial para tocar profundamente professores e crianças e, sem deixar spoilers, recomendamos que você fique até o final para assistir à emocionante cena pós-créditos.

Você pode trabalhar de diferentes formas com essa animação em sala de aula. Professores de língua portuguesa e artes, por exemplo, podem abordar como os personagens se comunicam sem palavras, instigando os alunos a analisarem a linguagem corporal, as expressões faciais e os sons emitidos pelos animais para discutir a importância da observação e da escuta ativa para a compreensão mútua. 

Também é possível refletir sobre a empatia e a capacidade de se colocar no lugar do outro, mesmo sem entender a sua "língua", e debater conceitos como altruísmo, egoísmo, solidariedade e conflito, já que há momentos em que o gato precisa renunciar seus instintos solitários em prol da sobrevivência do grupo.

Já pensou em criar um Clube de Cinema em sua escola?


Atividades como clubes culturais são muito comuns em escolas nos Estados Unidos, França e Japão. Eles surgem como uma excelente ferramenta para promover o contato dos alunos com novas experiências de aprendizado que podem até mesmo servir de inspiração para seguir uma carreira no futuro. Um dos mais populares, que inclusive temos no Colégio Etapa, é o Clube do Cinema, que estimula o contato dos alunos com obras clássicas do cinema, além de promover debates sobre diferentes assuntos.

No episódio 11 do Podcast Educação na Mesa, recebemos o professor de História e Coordenador do clube de cinema do Colégio Etapa, Thomas Wisiak, para debater a importância do cinema como recurso pedagógico. Além disso, trouxemos dicas que vão ajudar você a montar um Clube de Cinema em sua escola. Para conferir o episódio na íntegra, acesse o link abaixo: