brincar

Você já ouviu por aí que brincar é coisa séria? Essa é a mais pura verdade! A brincadeira é algo natural para as crianças, quase um ato intuitivo, no entanto é uma atividade extremamente importante para o desenvolvimento de diversas habilidades nas crianças. Afinal, por meio da brincadeira a criança aprende e põe em prática várias habilidades de comunicação, enfrenta desafios, resolve conflitos, adquire autonomia, desenvolve o raciocínio e criatividade etc.

Apesar dos muitos benefícios que o brincar traz, é comum não ser associado ao aprendizado. Muitas pessoas acreditam que o processo de aprendizagem se resume apenas à memorização de letras, números e escrita, desconsiderando o valor da brincadeira como criadora de experiências que contribuem diretamente para o desenvolvimento cognitivo.

No entanto, é importante escolher brincadeiras adequadas à idade e aos interesses das crianças. Além disso, é sempre importante estimular a diversidade de atividades e brincadeiras para que possam ser desenvolvidas diversas habilidades.

BNCC: entenda mais sobre

Os conceitos dos campos de experiência da BNCC para a Educação Infantil são vastos e complexos, contudo abrem um leque de opções para que os professores utilizem as brincadeiras como parte do aprendizado ativo das crianças.

Comunicação e linguagem

Uma vez que as crianças precisam se comunicar para ensinar e entender regras e combinar as atividades, o brincar estimula a comunicação e a linguagem. Além disso, o faz-de-conta estimula a linguagem simbólica e a imaginação.

Pensamento crítico e inovador

As crianças encontram, durante as brincadeiras, problemas e desafios para os quais precisam encontrar soluções. Com isso, são desenvolvidas habilidades importantes para a resolução de problemas futuros: o pensamento criativo e inovador.

Colaboração e trabalho em equipe

As brincadeiras grupais são uma oportunidade para as crianças aprenderem a colaborar e a trabalhar em equipe, dividindo responsabilidades e tomando decisões em conjunto.

Pensamento crítico e reflexivo

Essas habilidades são desenvolvidas naturalmente, pois as crianças precisam avaliar o que está acontecendo na brincadeira, identificar problemas e achar soluções.

Autoconhecimento e autocuidado

Nas situações em que ocorrem imitações e simulações, ocorre o desenvolvimento do autoconhecimento e de habilidades socioemocionais como empatia e autocuidado.

Veja como brincar com crianças mais velhas

Para as crianças um pouco mais velhas, é interessante brincar com jogos coletivos que contribuam para o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades importantes como trabalho em equipe, memória, raciocínio estratégico, tomada de decisões, autocontrole e concentração. Entre as atividades a serem sugeridas estão:

Jogos de estratégia

Jogos de tabuleiro, xadrez e de jogos de cartas que envolvam estratégia ajudam a desenvolver o pensamento crítico, a reflexão, a tomada de decisões, a antecipação de consequências e a resolução de problemas.

Jogos de raciocínio lógico

Quebra-cabeças, jogos de lógica e desafios matemáticos ajudam a desenvolver comunicação, linguagem, criatividade, empatia e colaboração.

Jogos de interpretação

Os chamados roleplaying games (RPGs) permitem às crianças criar histórias e interpretar personagens, desenvolvendo habilidades como comunicação, linguagem, criatividade, empatia e colaboração.

Jogos cooperativos

Uma vez que nesses jogos as crianças não competem entre si, mas trabalham em colaboração, desenvolvem o trabalho em equipe, a colaboração e o respeito ao próximo.

Atividades artísticas

Participar de oficinas de arte, teatro ou dança permite às crianças desenvolver a criatividade, a expressão artística, e comunicação e a linguagem.

Atividade física: qual a importância?

A importância de desenvolver hábitos ligados à atividade física não deve ser subestimada, pois desenvolve a psicomotricidade e combate o sedentarismo. Esportes coletivos como futebol, basquete ou vôlei são ótimas opções para desenvolver habilidades como colaboração, trabalho em equipe, empatia, respeito ao próximo, pensamento estratégico e tomada de decisões.

Convivência com a natureza

A convivência com a natureza é muito importante para o desenvolvimento infantil, pois permite que as crianças aprendam a valorizar o meio ambiente e desenvolvam habilidades socioemocionais como empatia, respeito, responsabilidade e cuidado com a natureza. Além de desenvolver habilidades, a convivência com a natureza é fundamental para o bem-estar e a saúde das crianças.

Entre as atividades que podem ser realizadas em contato com a natureza de modo a desenvolver habilidades e competências da BNCC estão:

Observação da natureza

Observar as plantas, os animais e os fenômenos naturais ajuda a desenvolver a curiosidade, a atenção e a capacidade de observação. Não é preciso ir longe para isso: caminhadas em parques e jardins podem propiciar essas experiências.

Plantio de árvores

Plantar mudas desenvolve a responsabilidade, a empatia e o cuidado com o meio ambiente. É possível fazer isso em hortas escolares, parques ou mesmo em casa.

Coleta de lixo

Fazer uma caminhada na natureza para recolher resíduos como plásticos, vidros e papéis contribui para a conscientização ambiental, desenvolve a responsabilidade e conscientiza sobre a importância do cuidado com o meio ambiente.

Exploração de rios e lagos

Quando existe essa possibilidade, explorar rios e lagos contribui para o desenvolvimento da curiosidade, da observação e do respeito à natureza.

Acampamentos e piqueniques

Acampar ou fazer um piquenique em áreas naturais estimula a convivência, o trabalho em equipe, o respeito e o cuidado com o ambiente natural.

Observação das estrelas

Observar o céu e as estrelas também desenvolve a curiosidade, a observação e a imaginação. Em cidades grandes isso é mais difícil, mas pode-se conseguir boa observação em parques ou durante acampamentos.

Como vemos, as brincadeiras podem e devem fazer parte do planejamento escolar para crianças de todas as idades, permitindo o desenvolvimento do indivíduo e preparando-o para a vida em sociedade e para seus desafios futuros.

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