Imagem de Dom Pedro I, figura histórica brasileira, homenageando atividades do Dia da Independência com traje imperial e expressão de orgulho nacional.
Categories Atividades História lúdico Metodologias Ativas
O Dia da Independência é uma das datas mais importantes em nosso calendário nacional. Ele simboliza um momento histórico para o Brasil como nação, lembrando o rompimento com o domínio português e a conquista do direito de tomar decisões próprias sobre política, economia e sociedade.

Mas, com tantos momentos marcantes presentes neste fato histórico, o que fazer para trabalhar o 7 de setembro em sala de aula de uma maneira engajante, dinâmica e até mesmo divertida? No artigo de hoje, trouxemos quatro dicas que vão ajudar você aproveitar ao máximo o mês da independência com seus alunos.

Crie uma linha do tempo interativa com fatos históricos sobre o 7 de setembro


Público: alunos do Ensino Fundamental I e II

Criar uma linha do tempo interativa é uma excelente forma que une dinamismo e diversão. Com ela, seus alunos conseguem visualizar de maneira clara e organizada a sequência dos fatos históricos que levaram à Independência do Brasil, como as Invasões Napoleônicas, a vinda da família real portuguesa, a Revolução do Porto e, por fim, o Grito do Ipiranga - que consolidou o rompimento com Portugal.

Esse projeto pode ser feito em um formato interclasse, com estudantes do Fundamental I e II, dividindo as tarefas da linha do tempo conforme a faixa etária. Os alunos mais velhos, por exemplo, podem fazer a coleta das informações por meio de pesquisas, enquanto os mais novos podem ilustrar cada marco histórico com desenhos, colagens ou pequenas legendas explicativas.

Além de estimular a criatividade, essa prática contribui para a fixação dos conteúdos de forma lúdica e significativa. Ao participar ativamente da construção da linha do tempo, os estudantes deixam de ser apenas receptores de informações e passam a protagonizar a aprendizagem, desenvolvendo não só o entendimento histórico, mas também habilidades de organização, trabalho em grupo e expressão artística.

Faça uma dramatização do Grito da Independência


Público: alunos do Ensino Fundamental I e II

O famoso Grito do Ipiranga, marcante até mesmo em nosso hino nacional, é o principal símbolo da independência do Brasil. E uma excelente maneira de aproveitá-lo é justamente recriando este momento histórico em uma dramatização.

Assim como a linha do tempo, você pode promover um projeto interdisciplinar entre Língua Portuguesa, Artes e História, estimulando os alunos a não apenas escreverem a peça de teatro, como também escalar os atores, dirigir e contracenar. Esta será uma experiência marcante, principalmente entre os mais jovens.

Aliás, as apresentações teatrais são uma ótima pedida para as celebrações de fim de ano, principalmente para dar uma variada nos corais natalinos. Temos um artigo publicado recentemente que traz dicas de peças fáceis para você trabalhar com os alunos do Ensino Fundamental I. Para acessá-lo, basta clicar no link abaixo:

  • Dicas de peças teatrais fáceis para alunos do EF I


Utilize uma produção coletiva para explorar o Dia da Independência de forma lúdica


Público: Educação Infantil

Mo mês da Independência do Brasil, é essencial valorizar essa data histórica e o peso que ela carrega para todos nós. Na Educação Infantil, no entanto, o caminho não deve ser a memorização de fatos, mas sim a vivência de experiências que deem sentido ao que é “importante” e despertem nas crianças a noção de pertencimento.

Uma sugestão é propor a construção de uma linha do tempo coletiva pelas próprias crianças, a partir dos registros feitos “à maneira delas”. Cada criança pode escolher acontecimentos que considera marcantes em sua vida (um passeio, uma festa de aniversário, o nascimento de um irmão, a chegada de um animal de estimação, etc.).

Esses registros podem ser feitos por meio de desenhos, colagens, fotos enviadas pelas famílias ou até pequenos relatos ditados e escritos pelo professor. Juntos, esses momentos se organizam numa linha do tempo coletiva da turma. Depois, o professor pode conectar essa vivência ao sentido de “datas importantes para todos nós”, introduzindo de forma lúdica o tema da Independência do Brasil. Desta forma, a criança compreende que, assim como ela tem momentos especiais, o nosso país também tem.

Promova um debate crítico conectando 1822 às lutas do Brasil contemporâneo


Público: Ensino Fundamental II

Para fechar o nosso artigo, trazemos uma dica de aula para estimular o pensamento crítico dos alunos que estão na transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio. Promover um debate sobre a Independência do Brasil conectando com a atualidade é uma forma de mostrar aos estudantes que o 7 de setembro não é apenas um acontecimento do passado.

O professor pode destacar que, se em 1822 a luta era pela libertação do domínio político de Portugal, hoje o Brasil enfrenta novos desafios de independência em diferentes áreas. Exemplos práticos podem ser apresentados, como a busca por independência econômica, para que o país dependa menos de importações, ou pela independência científica e tecnológica, para desenvolver pesquisas, vacinas e inovações próprias, reduzindo a dependência de outros países.

A partir dessa reflexão, é interessante provocar o debate com a pergunta: “De que formas ainda buscamos ser independentes hoje?”. Essa questão estimula os alunos a pensarem criticamente sobre o presente e o futuro, relacionando a ideia de independência com cidadania, inovação e responsabilidade social. O objetivo é que percebam que a independência não é um processo finalizado no século XIX, mas uma construção contínua, que envolve tanto o esforço coletivo do país quanto as pequenas ações de cada cidadão em sua vida cotidiana.
Grupo de crianças praticando Tai Chi Chuan em aula de Educação Física, com movimentos de alongamento e equilíbrio, em ambiente escolar bem iluminado.
Categories Dicas de Aula Educação Educação Física
Já pensou em dar uma variada nas aulas de educação física e ensinar uma arte marcial para os seus alunos? Calma, não vamos propor nada arriscado para as crianças, como Jiu-Jitsu ou Boxe, mas sim uma arte interna, sem impacto e com reconhecidos benefícios para a saúde física e mental dos seus praticantes: o Tai Chi Chuan.

Com origem na China, o Tai Chi Chuan foi criado a partir da união de técnicas de artes marciais já praticadas no país há centenas de anos com conceitos de medicina chinesa. O resultado? Uma arte marcial praticada mundialmente por pessoas de todas as idades.

O que são artes marciais?


Artes marciais são sistemas de práticas físicas e mentais, desenvolvidas a partir de técnicas de combate e defesa pessoal. Muitas delas têm suas raízes ligadas a antigas formas de guerra e sobrevivência e foram adaptadas conforme às necessidades de combate, como o Kung-Fu, Judô e Taekwondo - por exemplo.

É importante destacar que as artes marciais vão além do simples confronto físico, elas cultivam o desenvolvimento integral do indivíduo, focando em atributos como disciplina, concentração, respeito, controle emocional, aprimoramento físico (força, agilidade, flexibilidade) e, em muitos casos, como no Tai Chi Chuan, uma filosofia de vida. Além da defesa pessoal e do condicionamento físico, muitas artes marciais se tornaram esportes competitivos e até mesmo modalidades olímpicas.

O que é o Tai Chi Chuan?


O Tai Chi Chuan (também chamado de Taiji Quan) é uma arte marcial chinesa interna, sem impacto, que combina movimentos suaves e fluídos com técnicas de respiração. Tendo raízes na filosofia taoista, essa arte também é conhecida como uma forma de “meditação em movimento”.

As artes marciais internas, conhecidas em chinês como Neijia, são um grupo de estilos chineses de luta que enfatizam o desenvolvimento do que é chamado de "força interna" ou "energia interna" (Qi ou Chi), em contraste com a ênfase mais comum em força muscular e condicionamento físico das "artes marciais externas".

Qual a origem do Tai Chi Chuan?


O Tai Chi Chuan surgiu entre os séculos VIII e XIII, na China, e existem diversas histórias sobre a sua origem. Uma das lendas atribui sua criação ao monge taoista Chan San Feng, que teria se inspirado na batalha entre uma águia e uma cobra ao perceber a eficácia de movimentos suaves e harmônicos. 

Com o passar do tempo, o Tai Chi Chuan evoluiu e passou a incorporar conceitos da medicina tradicional chinesa, além de outras práticas terapêuticas, para promover o equilíbrio entre mente, corpo e espírito. A filosofia dessa arte marcial está profundamente ligada ao taoismo e à alquimia chinesa, utilizando princípios como yin e yang, os cinco elementos e o Bagua. O objetivo é harmonizar a energia vital no corpo, promovendo saúde e bem-estar.

Como é a prática do Tai Chi Chuan?


A prática do Tai Chi Chuan envolve sequências de movimentos lentos, coordenados e contínuos, chamadas de "formas" (ou taolu), executadas com a coluna ereta e respiração abdominal profunda. Além das formas individuais, existem também as práticas em dupla, como o tuishou ("mãos que empurram") e o sanshou ("mãos livres"), que mantêm o aspecto marcial da arte.

Os movimentos são projetados para serem de baixo impacto e adaptáveis a todas as idades e condições físicas, sendo uma ótima opção para iniciantes em artes marciais. A qualidade da prática é mais importante que a quantidade, e mesmo 15 a 30 minutos diários de forma regular já podem trazer resultados significativos.

É possível ensinar Tai Chi Chuan para crianças?


Por ser uma arte marcial sem impacto, a prática do Tai Chi Chuan é recomendada para todas as idades, de crianças a partir dos cinco anos até idosos! Thiago Ribeiro, professor de Kung-Fu, Boxe Chinês e Tai Chi Chuan na acadêmia KFSM traz mais detalhes sobre o assunto: “o pessoal não gosta de ensinar o Tai Chi para criança porque elas não têm paciência. Mas, é por isso que eu falo que a gente deve ensinar para criança, para ela aprender a controlar a respiração e as emoções. Sabe aquela criança ansiosa, que fica até pulando ou sacudindo as mãos quando está falando? Ela vai melhorar isso com o Tai Chi Chuan”.

Mas o controle da ansiedade não é o único benefício que esta arte marcial interna traz para as crianças! Segundo Thiago: “de um modo geral, o Tai Chi controla o estresse, circulação, melhora o equilíbrio e a concentração.

Quanto à saúde física em geral, a prática de Tai Chi Chuan traz benefícios para as crianças que podem durar por toda a vida. De acordo com Thiago: “os idosos, tanto da China, quanto do Japão, possuem uma longevidade maior. Isso acontece também porque lá é muito comum começar a prática do Tai Chi Chuan desde cedo”.

Quais os benefícios do Tai Chi Chuan?


O Tai Chi Chuan oferece diversos benefícios para os seus praticantes, tanto na saúde física, quanto mental. Fisicamente, esta arte ajuda a melhorar o equilíbrio e a coordenação, fortalecendo os músculos do core e a propriocepção - crucial para reduzir o risco de quedas, especialmente para crianças e idosos.

Além disso, ainda na parte física, o Tai Chi Chuan ajuda a aumentar a flexibilidade e o relaxamento muscular com movimentos amplos e fluídos que ajudam a alongar músculos e articulações. A respiração profunda e os movimentos contínuos também são responsáveis por melhorar a circulação sanguínea, fornecendo mais oxigênio e nutrientes ao corpo, além de fortalecer o sistema imunológico.

No campo da saúde mental, o Tai Chi Chuan é uma ferramenta eficaz para a redução do estresse e da ansiedade - quadros cada vez mais comuns em crianças atualmente. Isso porque, a combinação de movimentos suaves e meditação acalma a mente e promove o relaxamento, combatendo a sobrecarga mental. A prática também contribui para a saúde cognitiva, ajudando a manter a mente alerta e com grande capacidade de concentração.

Como usar o Tai Chi Chuan em uma aula de educação física?


Se você quiser dar uma variada nas aulas de educação física e deseja apresentar o Tai Chi Chuan para os seus alunos, é possível organizar uma aula básica, com movimentos simples, que você pode aprender no YouTube. 

Você também pode intercalar a aula com explicações teóricas, contar a origem e história dessa arte além de apresentar algumas curiosidades. Uma bem interessante, principalmente para as crianças, é que existe um personagem do anime Naruto que tanto o nome, quanto as técnicas, foram inspiradas em artes marciais internas, como o Tai Chi Chuan: Neiji Hyūga. 

Lembrando que essa aula servirá apenas como uma introdução dos alunos ao Tai Chi Chuan. Para obter uma graduação, o ideal é matricular em uma academia especializada, com aulas recorrentes. Para quem deseja se graduar, o conselho que o professor Thiago dá é simples, paciência: “o Tai Chi Chuan preza leveza dos movimentos, suavidade e coerência, e isso leva tempo para aprender e dominar, pode levar a vida toda. Por isso, além de estar em uma escola federada, que vai te dar todo o suporte necessário, é preciso ter paciência”.
Criança sorridente participando de atividade de Educação Física na sala de aula com outros alunos ao fundo.
Categories Dicas de Aula Educação
Sua escola não tem quadra coberta e hoje está chovendo… o que fazer? Sabemos que as aulas de educação física são um dos momentos mais esperados pelas crianças durante a semana e mantê-los em uma sala de aula devido à chuva, além de ser frustrante para os pequenos, pode ser um verdadeiro desafio para os professores.

Mas, saiba que, quando a quadra está molhada ou o espaço externo não está disponível, com um pouco de criatividade, a sala de aula pode se tornar um ótimo ambiente para manter os alunos ativos e engajados! O segredo é adaptar as atividades para um espaço menor, focando em movimento, coordenação e interação.

Não sabe por onde começar? Sem problemas! No artigo de hoje, vamos trazer dicas de atividades de Educação Física que podem ser feitas dentro da sala de aula. Claro que levamos em consideração questões muito importantes, como espaço, materiais e, principalmente, a segurança das crianças.

Alongamento e consciência corporal


Um dos principais problemas da aula de Educação Física em sala é a falta de espaço. Porém, ainda assim, é possível contornar esse ambiente trabalhando atividades que promovem tanto a flexibilidade, quanto a percepção do próprio corpo. E, para começar bem, o que você acha um alongamento dirigido? Para fazer isso, peça aos alunos para se sentarem ou ficarem em pé ao lado de suas carteiras e guie-os por uma série de alongamentos para braços, pernas, pescoço e tronco. Para variar, inclua alongamentos que eles podem fazer sentados.

Se quiser dar uma incrementada nos alongamentos, você também pode explorar posturas simples de Yoga ou exercícios de pilates! Ambos podem ser feitos no local, focando na respiração, equilíbrio e fortalecimento muscular. Se você não conhece nenhuma postura de Yoga, saiba que é possível encontrar vídeos curtos e seguros em canais como TikTok ou YouTube com tutorias para iniciantes.

Aliás, se você achou essa dica interessante, saiba que, recentemente, publicamos um artigo sobre o Tai Chi Chuan: uma arte marcial chinesa interna e sem impactos que também pode ser trabalhada facilmente em sala de aula. Para acessá-la, basta clicar no link abaixo:

Jogos de Coordenação e Reação


Depois do aquecimento, que tal uma atividade para estimular o espírito competitivo das crianças? Jogos de coordenação e reação são uma boa pedida para elaborar atividades de educação física em sala de aula que mantenham seus alunos entretidos e engajados.

Uma brincadeira deste tipo que todos de mais idade conhecem é o clássico “Vivo ou Morto”. Sua simplicidade e a necessidade de atenção e agilidade tornam o jogo divertido e eficaz para trabalhar diversos aspectos do desenvolvimento motor e cognitivo.

Para quem não conhece, o “Vivo ou Morto” é simples: uma pessoa é designada como o "líder" (geralmente o professor ou um aluno escolhido), e os demais são os "jogadores". O líder comanda os jogadores, que devem se posicionar conforme as ordens:

  • "Vivo!": Todos os jogadores devem levantar-se e ficar de pé.

  • "Morto!": Todos os jogadores devem agachar-se rapidamente.


O objetivo é executar a ordem correta o mais rápido possível. Quem errar a posição (ficar em pé quando deveria agachar, ou vice-versa) ou demorar demais para reagir é eliminado do jogo.

Atividades lúdicas e de socialização


Para finalizar a aula, você pode apostar em atividades que promovem a interação e a diversão sem exigir muito movimento. Mas, como? Uma brincadeira clássica que pode ser realizada dentro de sala é a “Caça ao Tesouro”: O professor pode descrever um objeto no ambiente e os alunos devem adivinhar o que é. Também é possível esconder um objeto pequeno e dar dicas verbais para que as crianças o encontrem visualmente.

Em classes mais avançadas, você também pode fazer um Quiz sobre Educação Física, abordando temas sobre esportes, saúde e outras curiosidades relacionadas à matéria. Para dar ainda mais emoção, divida a turma em grupos e dê pontos para a equipe em cada resposta certa - essa é uma ótima oportunidade para estimular também o espírito de equipe entre os seus alunos.

Dicas de ouro para aulas de Educação Física em sala de aula


Como falamos no início do artigo, as aulas de Educação Física são especiais e muito aguardadas pelas crianças durante a semana. Este é o momento onde elas podem “descarregar” sua energia e interagir com os amigos em um ambiente ao ar livre. Por isso, é importante que você se esforce ao máximo para oferecer uma aula que supere a frustração das crianças em não poderem sair da sala. 

Uma das alternativas para criar um ambiente mais animado que faça a criança se desconectar da sala de aula é apostar em músicas - em um volume razoável, para não dispersar a turma ou atrapalhar o professor ao lado. Além disso, esteja pronto para adaptar as atividades conforme a resposta dos alunos e o espaço disponível. Lembre-se que as crianças ficam entediadas facilmente. Assim, intercale a aula com duas ou três propostas de atividades para manter o interesse dos alunos e garantir que ela continue sendo a mais aguardada por todos.
Criança lendo um livro em uma biblioteca, promovendo a cultura literária com livros recomendados para estimular o hábito de leitura.
Categories Cultura Dicas de Aula Educação
Estimular a leitura em jovens, especialmente os da faixa do Ensino Fundamental - Anos Finais, é um gigantesco desafio para qualquer professor. Em um mundo onde as crianças estão cada vez mais acostumadas com conteúdos rápidos, mastigados e superficiais, apresentar um livro cheio de palavras, sem figuras, é uma tarefa extremamente difícil - mas, não impossível! 

No artigo de hoje, trouxemos quatro dicas de livros que vão ajudar a estimular a cultura literária nos alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais. Além da literatura, recentemente, divulgamos uma matéria com animações indicadas ao Oscar 2025 que podem ser utilizadas em suas aulas. Para conferir o conteúdo completo, basta clicar no link abaixo:

Extraordinário: um exercício de empatia em uma forte mensagem contra o bullying


Chamado originalmente de “Wonder”, o livro Extraordinário narra a emocionante história de August “Auggie” Pullman, um menino de dez anos que nasceu com a síndrome de Treacher Collins - que causa uma deformidade facial severa. Após anos de educação em casa, Auggie precisa enfrentar o maior desafio de sua vida até então: frequentar o quinto ano em uma escola presencialmente pela primeira vez.

Escrito pela autora R.J. Palácio após ela presenciar uma cena de contato entre seu filho e uma menina com a síndrome de Treacher Collins, o livro mergulha nas dificuldades e preconceitos que Auggie enfrenta por sua aparência em uma narrativa feita sob perspectivas de diferentes personagens. Ele aborda temas importantes e recorrentes na vida de crianças do Ensino Fundamental, como bullying e busca por aceitação.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


Apesar de abordar temas delicados, Extraordinário possui uma narrativa cativante contada através uma linguagem acessível. Além disso, a forma como a história é contada, com capítulos curtos e ponto de vista alternados, facilita tanto a leitura quanto a imersão dos jovens leitores na trama. 

O Menino do Pijama Listrado: reflexão sobre as consequências do preconceito


Escrito por John Boyne, o livro “O Menino do Pijama Listrado” narra a história de Bruno, um garoto alemão de família abastada que leva uma vida confortável em Berlim durante a Segunda Guerra Mundial. Sua rotina muda de forma drástica quando seu pai, um oficial nazista de alta patente, é promovido e a família se muda para uma casa isolada, próxima ao campo de concentração de Auschwitz.

Ao decorrer da história, Bruno encontra Shmuel, um menino judeu da sua idade que está aprisionado no campo. Mesmo com a cerca e realidades completamente diferentes, Bruno e Shmuel desenvolvem uma amizade pura e verdadeira. Ainda que tendo o Holocausto em segundo plano, o livro consegue fazer um contraponto entre a inocência infantil confrontada com a brutalidade da guerra e o genocídio.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


O Menino do Pijama Listrado oferece uma primeira abordagem relativamente leve a um dos períodos mais sombrios da história da humanidade. Contado da perspectiva inocente de uma criança, ele torna a complexidade e a crueldade do Holocausto mais acessíveis, sem ser excessivamente gráfico, mas ainda assim impactante.

Além disso, a amizade improvável entre Bruno e Shmuel destaca a irracionalidade do preconceito e do ódio. Através da pureza do olhar infantil, os alunos são levados a questionar as divisões impostas pelos adultos e a refletir sobre as consequências devastadoras da discriminação

Capitães da Areia: representação crua da realidade de muitas crianças no Brasil


Chegou a hora de trazermos uma obra brasileira para a nossa lista! “Capitães da Areia, de Jorge Amado, narra a vida de um grupo de meninos de rua órfãos e abandonados que vivem em um trapiche desocupado no cais de Salvador, na Bahia. Liderados por Pedro Bala, um garoto destemido, os jovens sobrevivem de pequenos furtos, golpes e mendicância nas ruas da cidade.

Ao longo da história, Capitães da Areia apresenta em sua narrativa os desafios diários enfrentados pelos meninos, seus sonhos, suas alegrias e suas dores. Jorge Amado humaniza esses personagens, revelando suas complexidades e como a amizade e a solidariedade se tornam seus pilares de sustentação para a sobrevivência.

Em determinado momento, a trama se aprofunda nos conflitos das crianças com a polícia e a sociedade, mas também aborda o despertar para o amor, a injustiça social e as diferentes escolhas que cada um dos meninos faz ao crescer, traçando seus destinos em uma Salvador vibrante e cheia de contrastes.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


Capitães da Areia explora a realidade da infância abandonada e da miséria social no Brasil de forma crua e realista. Ao acompanhar as aventuras das crianças no livro, os alunos são levados a refletir sobre temas delicados como a pobreza, a exclusão social, a violência, a marginalização e a falta de oportunidades, estimulando um senso crítico sobre as desigualdades presentes na sociedade.

Não podemos deixar de dizer também que a obra é um retrato vívido da Bahia dos anos 1930, com suas tradições, crenças populares, festas e o sincretismo religioso. Através da linguagem rica e poética de Jorge Amado, os alunos têm contato com elementos importantes da cultura brasileira, o que enriquece seu repertório cultural e sua compreensão sobre a identidade nacional.

Dom Quixote: atravessando a linha tênue entre loucura e razão


Para finalizar a nossa lista de indicação de livros, trazemos um clássico da literatura mundial: “Dom Quixote de La Mancha”. Escrito por Miguel de Cervantes Saavedra, o livro narra as aventuras de um fidalgo espanhol de meia-idade que, após ler muitos romances de cavalaria, perde o juízo e decide se tornar um cavaleiro andante com a missão de praticar atos de heroísmo em nome de sua dama idealizada - uma simples camponesa elevada à condição de princesa apenas na cabeça do próprio.

A visão distorcida da realidade de “Dom Quixote” o leva a confundir moinhos de vento com gigantes, rebanhos de ovelhas com exércitos inimigos e uma taverna com um castelo. De forma bem humorada, a obra traz críticas aos exageros dos romances de cavalaria e explora temas como a fronteira entre a loucura e a razão, a busca por ideais, a realidade e a ilusão, e a natureza da própria ficção.

Por que indicar este livro para alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais?


A história de Dom Quixote é um convite fascinante para explorar a linha tênue entre a realidade e a fantasia. Os alunos são levados a questionar o que é real, o que é percebido e como a imaginação pode moldar nossa visão do mundo. Essa dualidade entre o idealismo de Quixote e o pragmatismo de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, estimula o pensamento crítico e a capacidade de interpretar diferentes perspectivas.

Assim como a literatura, o cinema é uma poderosa ferramenta pedagógica


Da mesma forma que os livros, os filmes também podem ser uma alternativa para incrementar as suas aulas e engajar seus alunos em discussões, reflexões e até mesmo outras atividades relacionadas às mensagens transmitidas nos filmes. Se você quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos que assista ao episódio 11 do nosso Podcast: Educação na Mesa.

Nesta edição, contamos com a presença do professor de História e Coordenador do clube de cinema do Colégio Etapa, Thomas Wisiak, que debateu a importância dos filmes como ferramenta pedagógica, além de dicas para ajudar você a montar um Clube de Cinema em sua escola. Para conferir o episódio na íntegra, acesse o link abaixo:



 
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Categories Educação Neurociência Nivelamento escolar Transtornos de Aprendizagem
Caligrafia ruim ou dificuldades para escrever não são, necessariamente, resultados de desinteresse do aluno ou um plano pedagógico ruim. Na verdade, de uma forma parecida com a discalculia, existe um transtorno que pode transformar o simples processo de escrever em um enorme desafio para a criança: a disgrafia.

No artigo de hoje, vamos falar tudo o que você precisa saber sobre a disgrafia, como saber diferenciar ela de outros transtornos, como a dislexia, e o que você deve fazer ao encontrar alunos com esse problema. Lembrando que já temos uma matéria que fala sobre a discalculia, relacionada à dificuldade de aprendizagem em matemática. Para acessá-la, basta clicar no link abaixo:

O que é Disgrafia?


A disgrafia é um transtorno de aprendizagem que afeta a capacidade do aluno de escrever de forma clara, legível e organizada. Isso significa que crianças com esse transtorno não escrevem mal por falta de inteligência ou preguiça, mas sim devido a uma dificuldade neurológica que interfere na coordenação motora fina e no processamento das informações necessárias para a escrita.

Além disso, a disgrafia pode ser classificada por sua origem e em diferentes tipos, que possuem características bem distintas. A seguir, vamos comentar mais sobre cada um deles.

Tipos de disgrafia por origem


Disgrafia por desenvolvimento


Esta é a origem mais comum de disgrafia. Normalmente, ela é diagnosticada durante o processo de aprendizagem da escrita ainda na infância. Diferente da adquirida, ela não está associada a uma lesão cerebral específica ou trauma, mas sim a dificuldades no desenvolvimento das habilidades necessárias para a escrita, como percepção visual, organização espacial ou coordenação motora fina.

Disgrafia adquirida


Mais comum em adultos, a disgrafia adquirida ocorre em pessoas que já tinham uma escrita normal, mas perdem a capacidade devido a uma lesão cerebral como, por exemplo, trauma cranioencefálico e acidente vascular cerebral, ou doenças neurológicas. Nesses casos, a pessoa desaprende a escrever, ou sua escrita sofre um comprometimento considerável.

Tipos de disgrafia por aspecto afetado


Disgrafia motora


A disgrafia motora, também chamada de discaligrafia, é o tipo mais conhecido. Aqui, o problema central está na coordenação motora fina e na execução física da escrita. A pessoa tem dificuldade em realizar os movimentos precisos para escrever as letras, resultando em diversos problemas.

Disgrafia espacial


Como o nome sugere, esse tipo de disgrafia, também chamada de visuoespacial, tem sua principal dificuldade ligada à organização espacial da escrita na página. Isso significa que a criança pode ter problemas em manter a escrita dentro das linhas e margens, dificuldades em escrever letras com proporções consistentes, utilizar espaçamento inconsistente entre palavras e linhas, entre outros.

Disgrafia linguística


Embora a seja primariamente um problema de escrita, a disgrafia linguística se aproxima mais das dificuldades de processamento da linguagem. A caligrafia pode até ser razoável, mas a criança apresenta muitos erros ortográficos, gramática e sintaxe. Isso acontece devido a dificuldades:

  • Fonológica: quando o aluno tem problema para converter os sons em letras, especialmente em palavras novas ou pseudopalavras. Nesses casos, a criança depende muito da "rota lexical" (memória visual de palavras);

  • Lexical: dificuldade em utilizar a memória visual para escrever palavras já conhecidas - especialmente aquelas com ortografia irregular (que não seguem as regras fonéticas). O aluno tende a soletrar as palavras foneticamente, o que pode levar a erros em palavras homófonas.


Como saber se um aluno tem disgrafia?


Identificar um aluno com disgrafia é uma tarefa complexa. Para isso, o professor deve observar um conjunto de sinais persistentes que afetam a escrita da criança. É importante deixar claro que a “letra feia”, por si só, não é suficiente para o diagnóstico

Existem muitos fatores que podem influenciar a caligrafia, sendo que a disgrafia é um transtorno mais abrangente. Para justificar a suspeita desse transtorno, é importante identificar dois ou mais dos seguintes sintomas:

Caligrafia Ilegível ou dificuldade na formação das letras:

  • Letras malformadas, incompletas, com tamanhos e formas inconsistentes;

  • Espaçamento irregular entre letras, sílabas e palavras (muito juntas ou muito separadas);

  • Dificuldade em manter as letras na linha ou dentro das margens;

  • Mistura de letras maiúsculas e minúsculas ou de diferentes tipos de letra (cursiva e bastão) na mesma palavra ou frase;

  • Traçado excessivamente forte (chega a furar o papel) ou muito fraco.


Lentidão excessiva ao escrever:

  • O aluno demora muito mais tempo que os colegas para completar tarefas escritas;

  • Pode parecer que ele "luta" com cada letra, em vez de escrever com fluidez.


Problemas de coordenação motora fina relacionados à escrita:

  • Manuseio inadequado do lápis (muito forte, muito frouxa, dedos em posições incomuns);

  • Dor ou cãibras na mão/braço ao escrever;

  • Postura corporal tensa ou incomum durante a escrita;

  • Dificuldade em realizar outras tarefas de coordenação motora fina (amarrar cadarços, usar tesoura, abotoar roupas).


Organização e estruturação do texto:

  • desorganização visual na folha: textos desordenados, com rasuras excessivas, borrados;

  • dificuldade em organizar os pensamentos de forma coerente no papel, mesmo que o aluno consiga expressá-los oralmente;

  • dificuldade em planejar o espaço, fazendo com que o texto fique "espremido" no final da linha ou página.


Dificuldades ortográficas e gramaticais (nem sempre presentes, mas podem coexistir):

  • erros ortográficos frequentes que não correspondem à idade ou ao nível de ensino;

  • omissão, inversão ou substituição de letras e sílabas;

  • problemas com pontuação e gramática;

  • esses sinais podem indicar também disortografia, que frequentemente está associada à disgrafia.


Frustração e aversão à escrita:


  • o aluno pode evitar tarefas que envolvam escrita;

  • apresenta baixa autoestima ou ansiedade ao ser solicitado a escrever.


O que fazer ao identificar um aluno com disgrafia?


Ao identificar os sinais da disgrafia de forma persistente, ao ponto de prejudicar significativamente o desempenho do aluno em sala de aula, é crucial que o professor converse com a família e indique uma avaliação profissional. O diagnóstico desse transtorno requer uma abordagem multidisciplinar, exigindo exames com neurologistas, psicopedagogos, neuropsicólogos, entre outros.

É fundamental que o diagnóstico seja realizado por especialistas, pois a disgrafia é um transtorno complexo e sua intervenção é mais eficaz quando direcionada às necessidades específicas do aluno. O apoio e as adaptações adequadas podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima do estudante.

Como promover a inclusão de alunos com disgrafia


A disgrafia, semelhante a outras condições neurodivergentes, pode representar um desafio considerável para a participação plena do estudante em sala de aula, impactando também o educador. Mas, como podemos fomentar a inclusão de crianças que enfrentam essa dificuldade na escrita?

No terceiro episódio do Podcast “Educação na Mesa”, conversamos com a neuropsicopedagoga Milena Trimer sobre estratégias para incluir alunos com TDAH, TOD e TEA no ambiente escolar. Embora o foco desse debate específico tenha sido esses outros transtornos, muitos dos princípios de inclusão abordados podem ser adaptados para apoiar estudantes com disgrafia. Você pode assistir à entrevista completa em nosso canal, acessando o link abaixo: