O final do ano está chegando e, como de praxe em muitas escolas, esse é o momento perfeito para propor atividades de integração com a família - especialmente para aproveitar o clima natalino. Contudo, para que o evento seja atrativo também para os pais, é importante caprichar nas apresentações e propor algo que saia do trivial das celebrações de fim de ano. Então, que tal curtir essa época para trabalhar a literatura de forma diferente? Para ser mais específico, com peças para alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais.
Quando pensamos em levar a literatura para a sala de aula ou no fechamento de um ano letivo, é comum lembrarmos dos grandes clássicos mundiais, que têm muito a oferecer às crianças. Ainda assim, é possível deixar esse processo ainda mais interessante para os pequenos ao relacionar essas obras à nossa própria cultura e à literatura infantil brasileira.
E nada melhor do que o teatro para fazer essa ponte: transformar histórias em encenações, dar vida às palavras e aproximar o aluno a leitura. Dessa forma, a literatura deixa de ser apenas uma estratégia pedagógica e se torna uma vivência de pertencimento, onde a escola dialoga com a realidade dos alunos e com a riqueza da nossa cultura.
Originalmente uma peça de balé, “O Quebra-Nozes” é um dos maiores clássicos natalinos. Ele conta a história de Clara, uma menina que ganha de presentes um boneco de quebrar nozes no formato de um soldadinho. Durante a noite, o boneco ganha vida e, ao lado de outros brinquedos, enfrenta o malvado Rei dos Camundongos e seu exército.
Após a batalha, o Quebra-Nozes se transforma em um lindo príncipe, que leva Clara a uma jornada mágica para o Reino das Neves e, depois, para o Reino dos Doces, um lugar fantástico e colorido. Esta obra é tão icônica que já foi referenciada e reinterpretada em diferentes formatos, inclusive no desenho Coragem o Cão Covarde.
Na adaptação para os alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais, é possível manter o formato musical com coreografias adaptadas à idade, com falas simples intercaladas para que os atores mirins possam brilhar. Além disso, você pode trazer referências mais próximas ao cotidiano brasileiro, substituindo a fantasia de soldado russo do Quebra-Nozes pela Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo, por exemplo, que assume o papel de liderança e imaginação na aventura.
Originalmente chamado de A Christmas Carol, do célebre autor Charles Dickens, o Natal do Sr. Scrooge conta a história de transformação de Ebenezer Scrooge, um velho avarento e solitário que detesta o Natal e só pensa em dinheiro. Na véspera de Natal, ele trata mal seu funcionário, Bob Cratchit, e seu sobrinho, Fred, que o convida para a ceia. Depois de fechar o escritório, Scrooge volta para sua casa e é surpreendido pela visita do fantasma de seu antigo sócio, Jacob Marley, que o avisa de um terrível futuro se ele não mudar sua forma de agir.
Jacob anuncia a Scrooge que ele será visitado por três espíritos: o do Natal Passado, o do Natal Presente e o do Natal Futuro. Cada fantasma o leva a uma jornada no tempo, mostrando-lhe erros passados, a alegria do Natal que ele despreza e o destino sombrio que o aguarda caso não se arrependa.
Assim como O Quebra-Nozes, O Natal do Sr. Scrooge já foi adaptado em diversas mídias, sendo uma das mais notáveis feitas pela Disney, com o Tio Patinhas no papel principal. Ela aborda diversos valores intrínsecos à época natalina, como compaixão, gentileza, caridade e a importância da família.
Para fugir um pouco dos temas natalinos, vamos agora para um conto atemporal, que tem sua origem “oficial” datada no final do século XIX: Os Três Porquinhos. Apesar de estar presente há muito tempo no folclore inglês, a versão mais antiga e formalmente conhecida do conto foi publicada em 1890, na coletânea "English Fairy Tales", de Joseph Jacobs.
Com uma narrativa que segue um padrão claro e repetitivo, o conto Os Três Porquinhos pode ser adaptado facilmente em uma peça teatral infantil, já que todo o enredo é fácil de memorizar. Além disso, a moral da história é clara e direta, ensinando sobre a importância do esforço e da diligência para se alcançar um resultado seguro e duradouro.
Mesmo não tendo um fundo completamente ligado ao natal, esse conto funciona muito bem na época de fim de ano. Isso porque, a história dos porquinhos ensina não apenas sobre a dedicação ao trabalho, mas também sobre a solidariedade entre os irmãos, que se unem para se protegerem do perigo, reforçando a importância da família.
Finalizando as dicas de peças teatrais para alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais, trazemos O Flautista de Hamelin, um clássico do folclore alemão. Sua origem é um mistério, mas tem raízes em uma história real: o desaparecimento de 130 crianças da cidade de Hamelin, que aconteceu no dia 26 de junho de 1284.
Apesar de ter um plano de fundo “sombrio”, o conto O Flautista de Hamelin sofreu diversas mudanças ao longo dos anos. Sua versão mais conhecida é focada na história de um flautista encantador de ratos contratado pelos moradores de Hamelin para acabar com a infestação dos animais na cidade.
No final da história, os moradores não pagam o flautista, que volta à cidade para sequestrar as crianças com sua música para se vingar da promessa que não foi cumprida. Para tornar o conto mais acessível para os alunos do Ensino Fundamental, o foco da peça pode ser na música do flautista e na dança dos ratos, tornando a história mais leve e visualmente atraente.
O tema do trabalho em equipe e da honestidade é central. O grande número de ratos permite que muitas crianças participem, mesmo que com poucas falas ou apenas movimentos. O final pode ser alterado para um mais positivo, onde o prefeito e os moradores de Hamelin cumprem a promessa, e as crianças não são levadas embora.
Para aproximar o conto da nossa realidade, você pode trocar a flauta do personagem principal por um acordeão e tocar clássicos do forró nordestino, como músicas famosas do Luiz Gonzaga. Além disso, é possível trocar os ratos por animais da fauna brasileira, como onças, tamanduás, calangos, tatus, entre outros.
As peças teatrais são uma ferramenta para trabalhar o lúdico durante as aulas, ensinando às crianças temas como história, literatura e até mesmo valores morais através de uma verdadeira brincadeira. E se você deseja aprender outras técnicas, recomendamos que assista ao episódio número 9 do nosso podcast Educação na Mesa.
Nesta edição, recebemos a Assessora Pedagógica do Sistema ETAPA, Danielle Barros para debater a importância da presença do lúdico no cotidiano escolar e como incluí-lo em sala de aula. Para assistir o episódio na íntegra em nosso canal no YouTube, basta clicar no link abaixo:
Quando pensamos em levar a literatura para a sala de aula ou no fechamento de um ano letivo, é comum lembrarmos dos grandes clássicos mundiais, que têm muito a oferecer às crianças. Ainda assim, é possível deixar esse processo ainda mais interessante para os pequenos ao relacionar essas obras à nossa própria cultura e à literatura infantil brasileira.
E nada melhor do que o teatro para fazer essa ponte: transformar histórias em encenações, dar vida às palavras e aproximar o aluno a leitura. Dessa forma, a literatura deixa de ser apenas uma estratégia pedagógica e se torna uma vivência de pertencimento, onde a escola dialoga com a realidade dos alunos e com a riqueza da nossa cultura.
O Quebra-Nozes: um clássico natalino que pode ser adaptado ao universo escolar
Originalmente uma peça de balé, “O Quebra-Nozes” é um dos maiores clássicos natalinos. Ele conta a história de Clara, uma menina que ganha de presentes um boneco de quebrar nozes no formato de um soldadinho. Durante a noite, o boneco ganha vida e, ao lado de outros brinquedos, enfrenta o malvado Rei dos Camundongos e seu exército.
Após a batalha, o Quebra-Nozes se transforma em um lindo príncipe, que leva Clara a uma jornada mágica para o Reino das Neves e, depois, para o Reino dos Doces, um lugar fantástico e colorido. Esta obra é tão icônica que já foi referenciada e reinterpretada em diferentes formatos, inclusive no desenho Coragem o Cão Covarde.
Na adaptação para os alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais, é possível manter o formato musical com coreografias adaptadas à idade, com falas simples intercaladas para que os atores mirins possam brilhar. Além disso, você pode trazer referências mais próximas ao cotidiano brasileiro, substituindo a fantasia de soldado russo do Quebra-Nozes pela Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo, por exemplo, que assume o papel de liderança e imaginação na aventura.
O Natal do Sr. Scrooge: uma história de transformação e esperança
Originalmente chamado de A Christmas Carol, do célebre autor Charles Dickens, o Natal do Sr. Scrooge conta a história de transformação de Ebenezer Scrooge, um velho avarento e solitário que detesta o Natal e só pensa em dinheiro. Na véspera de Natal, ele trata mal seu funcionário, Bob Cratchit, e seu sobrinho, Fred, que o convida para a ceia. Depois de fechar o escritório, Scrooge volta para sua casa e é surpreendido pela visita do fantasma de seu antigo sócio, Jacob Marley, que o avisa de um terrível futuro se ele não mudar sua forma de agir.
Jacob anuncia a Scrooge que ele será visitado por três espíritos: o do Natal Passado, o do Natal Presente e o do Natal Futuro. Cada fantasma o leva a uma jornada no tempo, mostrando-lhe erros passados, a alegria do Natal que ele despreza e o destino sombrio que o aguarda caso não se arrependa.
Assim como O Quebra-Nozes, O Natal do Sr. Scrooge já foi adaptado em diversas mídias, sendo uma das mais notáveis feitas pela Disney, com o Tio Patinhas no papel principal. Ela aborda diversos valores intrínsecos à época natalina, como compaixão, gentileza, caridade e a importância da família.
Os Três Porquinhos: uma peça ideal para o Ensino Fundamental Anos Iniciais
Para fugir um pouco dos temas natalinos, vamos agora para um conto atemporal, que tem sua origem “oficial” datada no final do século XIX: Os Três Porquinhos. Apesar de estar presente há muito tempo no folclore inglês, a versão mais antiga e formalmente conhecida do conto foi publicada em 1890, na coletânea "English Fairy Tales", de Joseph Jacobs.
Com uma narrativa que segue um padrão claro e repetitivo, o conto Os Três Porquinhos pode ser adaptado facilmente em uma peça teatral infantil, já que todo o enredo é fácil de memorizar. Além disso, a moral da história é clara e direta, ensinando sobre a importância do esforço e da diligência para se alcançar um resultado seguro e duradouro.
Mesmo não tendo um fundo completamente ligado ao natal, esse conto funciona muito bem na época de fim de ano. Isso porque, a história dos porquinhos ensina não apenas sobre a dedicação ao trabalho, mas também sobre a solidariedade entre os irmãos, que se unem para se protegerem do perigo, reforçando a importância da família.
O Flautista de Hamelin: música, fantasia e lições de honestidade no palco escolar
Finalizando as dicas de peças teatrais para alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais, trazemos O Flautista de Hamelin, um clássico do folclore alemão. Sua origem é um mistério, mas tem raízes em uma história real: o desaparecimento de 130 crianças da cidade de Hamelin, que aconteceu no dia 26 de junho de 1284.
Apesar de ter um plano de fundo “sombrio”, o conto O Flautista de Hamelin sofreu diversas mudanças ao longo dos anos. Sua versão mais conhecida é focada na história de um flautista encantador de ratos contratado pelos moradores de Hamelin para acabar com a infestação dos animais na cidade.
No final da história, os moradores não pagam o flautista, que volta à cidade para sequestrar as crianças com sua música para se vingar da promessa que não foi cumprida. Para tornar o conto mais acessível para os alunos do Ensino Fundamental, o foco da peça pode ser na música do flautista e na dança dos ratos, tornando a história mais leve e visualmente atraente.
O tema do trabalho em equipe e da honestidade é central. O grande número de ratos permite que muitas crianças participem, mesmo que com poucas falas ou apenas movimentos. O final pode ser alterado para um mais positivo, onde o prefeito e os moradores de Hamelin cumprem a promessa, e as crianças não são levadas embora.
Para aproximar o conto da nossa realidade, você pode trocar a flauta do personagem principal por um acordeão e tocar clássicos do forró nordestino, como músicas famosas do Luiz Gonzaga. Além disso, é possível trocar os ratos por animais da fauna brasileira, como onças, tamanduás, calangos, tatus, entre outros.
Saiba como trabalhar o lúdico na sala de aula com o Educação na Mesa
As peças teatrais são uma ferramenta para trabalhar o lúdico durante as aulas, ensinando às crianças temas como história, literatura e até mesmo valores morais através de uma verdadeira brincadeira. E se você deseja aprender outras técnicas, recomendamos que assista ao episódio número 9 do nosso podcast Educação na Mesa.
Nesta edição, recebemos a Assessora Pedagógica do Sistema ETAPA, Danielle Barros para debater a importância da presença do lúdico no cotidiano escolar e como incluí-lo em sala de aula. Para assistir o episódio na íntegra em nosso canal no YouTube, basta clicar no link abaixo: