Imagem de Dom Pedro I, figura histórica brasileira, homenageando atividades do Dia da Independência com traje imperial e expressão de orgulho nacional.
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O Dia da Independência é uma das datas mais importantes em nosso calendário nacional. Ele simboliza um momento histórico para o Brasil como nação, lembrando o rompimento com o domínio português e a conquista do direito de tomar decisões próprias sobre política, economia e sociedade.

Mas, com tantos momentos marcantes presentes neste fato histórico, o que fazer para trabalhar o 7 de setembro em sala de aula de uma maneira engajante, dinâmica e até mesmo divertida? No artigo de hoje, trouxemos quatro dicas que vão ajudar você aproveitar ao máximo o mês da independência com seus alunos.

Crie uma linha do tempo interativa com fatos históricos sobre o 7 de setembro


Público: alunos do Ensino Fundamental I e II

Criar uma linha do tempo interativa é uma excelente forma que une dinamismo e diversão. Com ela, seus alunos conseguem visualizar de maneira clara e organizada a sequência dos fatos históricos que levaram à Independência do Brasil, como as Invasões Napoleônicas, a vinda da família real portuguesa, a Revolução do Porto e, por fim, o Grito do Ipiranga - que consolidou o rompimento com Portugal.

Esse projeto pode ser feito em um formato interclasse, com estudantes do Fundamental I e II, dividindo as tarefas da linha do tempo conforme a faixa etária. Os alunos mais velhos, por exemplo, podem fazer a coleta das informações por meio de pesquisas, enquanto os mais novos podem ilustrar cada marco histórico com desenhos, colagens ou pequenas legendas explicativas.

Além de estimular a criatividade, essa prática contribui para a fixação dos conteúdos de forma lúdica e significativa. Ao participar ativamente da construção da linha do tempo, os estudantes deixam de ser apenas receptores de informações e passam a protagonizar a aprendizagem, desenvolvendo não só o entendimento histórico, mas também habilidades de organização, trabalho em grupo e expressão artística.

Faça uma dramatização do Grito da Independência


Público: alunos do Ensino Fundamental I e II

O famoso Grito do Ipiranga, marcante até mesmo em nosso hino nacional, é o principal símbolo da independência do Brasil. E uma excelente maneira de aproveitá-lo é justamente recriando este momento histórico em uma dramatização.

Assim como a linha do tempo, você pode promover um projeto interdisciplinar entre Língua Portuguesa, Arte e História, estimulando os alunos a não apenas escreverem a peça de teatro, como também escalar os atores, dirigir e contracenar. Esta será uma experiência marcante, principalmente entre os mais jovens.

Aliás, as apresentações teatrais são uma ótima pedida para as celebrações de fim de ano, principalmente para dar uma variada nos corais natalinos. Temos um artigo publicado recentemente que traz dicas de peças fáceis para você trabalhar com os alunos do Ensino Fundamental I. Para acessá-lo, basta clicar no link abaixo:

  • Dicas de peças teatrais fáceis para alunos do EF I


Utilize uma produção coletiva para explorar o Dia da Independência de forma lúdica


Público: Educação Infantil

Mo mês da Independência do Brasil, é essencial valorizar essa data histórica e o peso que ela carrega para todos nós. Na Educação Infantil, no entanto, o caminho não deve ser a memorização de fatos, mas sim a vivência de experiências que deem sentido ao que é “importante” e despertem nas crianças a noção de pertencimento.

Uma sugestão é propor a construção de uma linha do tempo coletiva pelas próprias crianças, a partir dos registros feitos “à maneira delas”. Cada criança pode escolher acontecimentos que considera marcantes em sua vida (um passeio, uma festa de aniversário, o nascimento de um irmão, a chegada de um animal de estimação, etc.).

Esses registros podem ser feitos por meio de desenhos, colagens, fotos enviadas pelas famílias ou até pequenos relatos ditados e escritos pelo professor. Juntos, esses momentos se organizam numa linha do tempo coletiva da turma. Depois, o professor pode conectar essa vivência ao sentido de “datas importantes para todos nós”, introduzindo de forma lúdica o tema da Independência do Brasil. Desta forma, a criança compreende que, assim como ela tem momentos especiais, o nosso país também tem.

Promova um debate crítico conectando 1822 às lutas do Brasil contemporâneo


Público: Ensino Fundamental II

Para fechar o nosso artigo, trazemos uma dica de aula para estimular o pensamento crítico dos alunos que estão na transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio. Promover um debate sobre a Independência do Brasil conectando com a atualidade é uma forma de mostrar aos estudantes que o 7 de setembro não é apenas um acontecimento do passado.

O professor pode destacar que, se em 1822 a luta era pela libertação do domínio político de Portugal, hoje o Brasil enfrenta novos desafios de independência em diferentes áreas. Exemplos práticos podem ser apresentados, como a busca por independência econômica, para que o país dependa menos de importações, ou pela independência científica e tecnológica, para desenvolver pesquisas, vacinas e inovações próprias, reduzindo a dependência de outros países.

A partir dessa reflexão, é interessante provocar o debate com a pergunta: “De que formas ainda buscamos ser independentes hoje?”. Essa questão estimula os alunos a pensarem criticamente sobre o presente e o futuro, relacionando a ideia de independência com cidadania, inovação e responsabilidade social. O objetivo é que percebam que a independência não é um processo finalizado no século XIX, mas uma construção contínua, que envolve tanto o esforço coletivo do país quanto as pequenas ações de cada cidadão em sua vida cotidiana.
Professora sorridente em sala de aula segurando livro vermelho, representando inspiração de mulheres brasileiras na história.
Categories Cultura Dicas de Aula Educação História

Cinco mulheres brasileiras esquecidas pela história que merecem lugar nas salas de aula


A história brasileira é rica em figuras importantes de ambos sexos. Contudo, infelizmente, não temos o costume de abordar grandes nomes femininos de nossa história - o que é uma pena, vide a enorme contribuição que muitas mulheres tiveram na construção na cultura e sociedade do Brasil.

Por isso, no artigo de hoje, separamos cinco mulheres brasileiras que deveriam ser mais estudadas na escola, os motivos para essas escolhas e como você pode utilizá-las em sala de aula. Aproveitando, recentemente, publicamos uma matéria sobre a Semana da Cultura Nordestina e algumas dicas de como você pode trabalhar em aula. Para acessá-lo, basta clicar no link abaixo:

Maria Quitéria: a primeira militar brasileira


Figura heroica na Guerra da Independência do Brasil contra Portugal, Maria Quitéria de Jesus desafiou rígidas expectativas sociais da época, que limitava às mulheres apenas papéis domésticos. Com um forte desejo de lutar pela liberdade de sua terra, Quitéria, em um ato de ousadia e disfarce, cortou os cabelos, vestiu-se com roupas masculinas e se apresentou para o alistamento em 1822, ocultando sua identidade.



A determinação e habilidades militares da baiana logo foram notadas e, mesmo após sua identidade feminina ter sido descoberta, ela foi mantida nas forças armadas e se destacou em combate - tornando-se, assim, a primeira mulher a servir oficialmente em uma unidade militar no Brasil.

Por sua coragem e dedicação à causa da independência, foi promovida a alferes e condecorada com a Imperial Ordem do Cruzeiro pelo próprio Dom Pedro I. Maria Quitéria se tornou um símbolo de força, quebra de barreiras de gênero e patriotismo, sendo hoje reconhecida como uma das grandes heroínas nacionais do Brasil.

Maria Felipa de Oliveira: um dos símbolos esquecidos da independência do Brasil


Conterrânea de Maria Quitéria, Maria Felipa de Oliveira também foi uma heroína da Guerra da Independência do Brasil na Bahia. Ela atuou ativamente nas lutas pela libertação do domínio português na Ilha de Itaparica, organizando e liderando um grupo de mulheres e homens que ficou conhecido como o “Batalhão das Heroínas". 



A atuação de Maria Filipa foi crucial para a resistência em Itaparica e para a eventual expulsão dos portugueses da Bahia. Sua história, embora por muito tempo menos conhecida que a de outras heroínas, simboliza a participação fundamental de mulheres e da população negra e mestiça na construção da independência do Brasil.

Cora Coralina: prova que idade não deve ser um fator limitante


Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina foi uma das mais importantes poetisas e contistas brasileiras do século XX. Nascida em 1889, na cidade de Goiás–GO, a antiga capital do estado, ela teve uma vida marcada pela discrição e pela dedicação à doçaria, ofício que exerceu por muitos anos para sustentar sua família.



A vida literária de Cora Coralina só ganhou reconhecimento na velhice, quando publicou seu primeiro livro, "Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais", em 1965, aos 76 anos. Cora faleceu em 1985, aos 95 anos, mas deixou um importante legado na literatura brasileira, sendo admirada por sua autenticidade e por demonstrar que a arte e o reconhecimento podem florescer em qualquer etapa da vida.

Zilda Arns: referência mundial na saúde infantil


Zilda Arns foi uma médica, pediatra e sanitarista brasileira. Seu trabalho é notável pela incansável dedicação à saúde pública e à redução da mortalidade infantil. Sua paixão por ajudar os mais vulneráveis a levou a fundar a Pastoral da Criança - uma iniciativa cujo objetivo era capacitar líderes comunitários a orientar famílias carentes sobre práticas de saúde básica e desenvolvimento infantil por meio de uma metodologia simples e eficaz.



Sob a liderança de Zilda, a Pastoral da Criança expandiu-se rapidamente, tornando-se uma das maiores e mais importantes organizações de combate à desnutrição e mortalidade infantil no mundo. O trabalho da Pastoral, baseado na solidariedade e na disseminação de conhecimento prático, resultou em uma significativa queda nas taxas de mortalidade infantil nas comunidades onde atuava, salvando milhões de vidas. Por sua dedicação e impacto social, Zilda Arns recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais.

Clementina de Jesus: resgatou a identidade afro-brasileira


Conhecida carinhosamente como “Rainha Quelé”, Clementina de Jesus foi uma das maiores e mais autênticas vozes da música do Brasil, sendo um verdadeiro ícone tanto do samba, quanto da cultura afro-brasileira. Nascida em 1901 em Valença, Rio de Janeiro, Clementina teve uma vida de dedicação ao trabalho doméstico e só iniciou sua carreira artística profissionalmente aos 63 anos.

Ela revisitou sambas antigos, jongos, cânticos de candomblé e outros ritmos tradicionais que estavam à beira do esquecimento, preservando e difundindo um rico patrimônio cultural. Por isso, sua presença nos palcos e estúdios era um ato de resistência e celebração da identidade afro-brasileira. 



Clementina também colaborou com grandes nomes da MPB, como Elton Medeiros e Candeia, e participou de importantes espetáculos e gravações que a consolidaram como uma figura essencial. Seu legado imaterial de valor é incalculável e continua a inspirar novas gerações de artistas a manter viva a memória e a força da cultura popular brasileira.

Por que a história dessas mulheres em sala de aula?


Trabalhar a história dessas mulheres em sala de aula é de suma importância por diversas razões. Primeiramente, essas figuras quebram o estereótipo de que a história é feita apenas por grandes homens, revelando o papel fundamental e muitas vezes invisibilizado das mulheres em diferentes épocas no Brasil.

Ao apresentar exemplos de coragem, liderança, criatividade e resistência feminina, os alunos – tanto meninos quanto meninas – são expostos a modelos inspiradores que contribuíram significativamente para a sociedade, independente das limitações sociais presentes no contexto de sua época.