Incentivar o hábito da leitura desde a infância é muito importante, pois é nessa fase que as crianças começam a descobrir o mundo, sendo estimuladas à curiosidade e ao aprendizado. Trata-se de um hábito muito valioso, que deve ser constantemente desenvolvido em diversos momentos de suas vidas.
Para que a leitura se torne um hábito, é importante pensar em estratégias para que essa atividade seja algo positivo e prazeroso na vida das crianças.
A leitura é fundamental para o desenvolvimento das crianças, além de estar relacionada com a alfabetização, aprimora a comunicação, tanto escrita quanto verbal, ajuda na memória e na concentração, melhora o sono, desenvolve a empatia, incentiva e estimula a criatividade e a curiosidade, dessa forma, auxiliando em suas interações sociais.
É por meio da leitura que as crianças exploram diferentes lugares, tendo contato com diversas possibilidades e personagens, conhecendo suas características e criando uma certa identificação, além de conhecerem novas palavras e seus significados, contribuindo para uma infância saudável e um desempenho contínuo.
Sabemos que as crianças têm afinidade com o brincar. É a partir de brincadeiras e jogos que elas se comunicam. Sendo assim, uma das melhores maneiras é incentivar a leitura de maneira lúdica.
Além de incentivar a leitura, trazer o lúdico para o dia a dia escolar auxilia no processo de ensino aprendizagem dos alunos, deixando as aulas mais atrativas. De acordo com o autor José Ricardo da Silva Ramos, “os jogos e as brincadeiras proporcionam às crianças um aprendizado contínuo, a interação com o lúdico proporciona um aprendizado prazeroso, dando mais estímulos às crianças, com essas práticas o professor enriquece seu trabalho didático. Tais práticas vão qualificar suas aulas, possibilitando um melhor rendimento escolar.”
É mais fácil e acessível incentivar a leitura de maneira lúdica com elementos que as crianças possuem afinidade e com as quais se identificam. A experiência lúdica na leitura torna essa atividade positiva, fazendo com que adquiram uma memória afetiva e se desenvolvam intelectualmente.
A leitura é versátil, ou seja, é uma atividade em que as crianças aprendem e se divertem ao mesmo tempo.
Existem algumas maneiras de incentivar o hábito da leitura de maneira lúdica, que serão listadas a seguir:
- Repetição e Rima:
O professor escolhe um livro com poemas simples e curtos que possua rimas ou um livro com frases repetidas (em que algumas frases se repetem no decorrer do livro para facilitar o entendimento e o acompanhamento da criança pela história), para ler em sala de aula. É importante a interação das crianças; elas devem repetir e/ou completar as frases. Com o ritmo e a sonoridade parecida que as palavras repetidas e rimadas possuem fica fácil para as crianças memorizarem e fazerem associações.
- Representação da história:
As crianças se divertem e ainda podem imaginar a própria história. As crianças devem interpretar alguma história. O professor escolhe alguma cena de uma história ou deixa que os alunos escolham para que possam encenar.
- Interação com os personagens:
As crianças são curiosas, adoram imaginar e se impressionam facilmente. O professor escolhe um livro de que os alunos gostem e estimula a sua imaginação, conversando sobre algum(ns) personagens, inventando situações engraçadas ou impressionantes que os personagens possam ter vivido. Depois, ele deve pedir que seus alunos escrevam para o seu personagem favorito. O professor mesmo pode escrever uma resposta para a turma e ler como se tivesse sido o personagem quem escreveu. Dessa maneira, as crianças “interagem” com os personagens e se sentem amigos deles, fazendo com que gostem mais ainda da história desse personagem.
- Jogo das sílabas:
Para ajudar na alfabetização e motivar a leitura, jogos são sempre uma ótima alternativa. Deve-se distribuir uma cartela para cada aluno contendo diferentes sílabas ou imagens. O professor deve falar as sílabas e as crianças marcam a sílaba falada ou a imagem do objeto que contém aquela sílaba. O jogo deve seguir até que a cartela de alguém seja completada. O professor pode dar algum brinde para a criança que completar a cartela primeiro.
- Jogo das palavras:
Também pode ser uma alternativa, além de encontrar as sílabas, formar palavras. O professor pode trabalhar com imagens de animais ou objetos e distribuir letras soltas para que os alunos formem o nome correto.
- Roda de leitura:
Pode ser feita uma leitura da qual todos participam. O professor começa a leitura e depois pede para que cada aluno continue a ler uma parte. Depois, podem ser feitos comentários sobre o que foi lido para fixar a história.
- Arte através da leitura:
O professor pode orientar seus alunos a desenhar suas partes favoritas de alguma história lida em sala de aula ou em casa, distribuir um desenho para colorir relacionado a algum livro, explorando cores e texturas para o desenho. Também podem fazer bonecos de fantoche para brincarem e encenarem alguma história já lida ou alguma história inventada.
- História em quadrinhos:
As histórias em quadrinhos são ótimas para incentivar o hábito da leitura. Os quadrinhos fazem parte da vida das pessoas. A utilização de imagens e dos temas das histórias, que muitas vezes causam identificação em crianças e jovens, incentivam os alunos.
Além dessas maneiras lúdicas para incentivar o hábito da leitura, as crianças devem ser introduzidas na leitura desde sempre, para familiarizarem-se com as histórias. Por isso, é importante ler para as crianças e, assim que elas começarem a alfabetização, deixar que comecem a ler aos poucos um trecho por dia de algum livro.
O professor deve propor estratégias diferentes para incentivar o hábito da leitura, tanto na escola quanto em casa e sempre trazendo histórias novas. Se a leitura for feita em casa, o professor pode orientar para que seja feita junto aos pais ou responsáveis e, após a leitura, pedir para realizarem alguma atividade prática relacionada à história e levar para a aula no dia seguinte.
Sabemos também que as crianças se impressionam facilmente, ao ler algum livro em sala de aula, o professor pode trazer a fantasia para os seus alunos e deixar com que se envolvam com a história, com uma leitura mais dramática e utilizar recursos para que as crianças consigam interagir, como por exemplo, os próprios alunos podem fazer os sons e ruídos da história, com a utilização de alguns materiais feitos em sala de aula, com a orientação do professor. Dessa maneira, os alunos ficarão entretidos e mais interessados.
O hábito da leitura de maneira lúdica envolve as crianças, fazendo com que se dediquem e se interessem verdadeiramente. Segundo Vygotsky, o lúdico faz a criança se comportar de maneira diferente do de costume, “a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que ela é na realidade”.
Prestar atenção no desempenho dos alunos é muito importante, certificar-se de que eles estão absorvendo o aprendizado e se estão tendo alguma dificuldade com a leitura. Caso haja dificuldade, o professor pode perguntar para o aluno o que lhe causa dúvidas, se há alguma palavra de difícil pronúncia. Com esse acompanhamento, os alunos mantêm-se motivados, pois as barreiras com a leitura serão facilmente quebradas.
Quando as crianças estão na fase da alfabetização, as pessoas querem que elas consigam ler de tudo um pouco, porém, elas precisam de motivação para querer aprender a ler e continuar com o hábito da leitura. Para isso, o melhor incentivo é de maneira lúdica, pois, como sabemos, jogos e brincadeiras fazem parte do dia a dia das crianças e são algumas das partes favoritas de sua rotina. A leitura relacionada ao lúdico atrai muito mais as crianças, motivam e as incentivam a sempre buscarem novas leituras, pois será algo prazeroso e divertido e não apresentarão muita resistência para realizar essa atividade.
Referências Bibliográficas
UEPB
Brasil Escola
RAMOS, José Ricardo da Silva. Dinâmicas, Brincadeiras e Jogos Educativos. Rio de Janeiro. Ed. DP & A, 2003.
Brasil Escola
Rihappy
Teach Kloud
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.