Todos nós, educadores e educadoras, deveríamos sempre nos fazer a pergunta “Por que sou professor(a)?”

Essa resposta abre as portas para outras questões também importantes: “Quais os fatores internos e externos que o(a)impedem de realizar todo o seu potencial? Internamente, a sua autoestima gera e sustenta a motivação necessária? E em que grau a perspectiva de crescimento na carreira do magistério, a infraestrutura disponibilizada, o tipo de gestão, a necessidade de formação atualizada, atitudes e comportamentos − ou uma combinação desses fatores – afetam o seu desempenho, Professor(a)?”…

Essas reflexões são fundamentais e validadas pelo informe McKinsey sobre a estratégias desenvolvidas pelos países mais bem-sucedidos em educação, que aponta, desde 2016, que: (i) os  professores são o fator chave do sucesso da educação; (ii) em razão da qualidade do professor o mais essencial dos fatores, esses profissionais são intensamente acompanhados nos primeiros anos na profissão, investe-se bastante na sua formação continuada e, em consequência disso, o professor recebe valorização financeira e ganham o mesmo que outros profissionais com alto nível de qualificação.

O mundo VUCA, acrônimo em inglês que reúne as quatro características predominantes do período pós-guerra fria até antes da pandemia de COVID-19 (volitility, uncertainty, complexity e ambiguity, ou seja, volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), transformou-se em mundo  BANI, de brittle, anxious, nonlinear e incomprehensible, no qual imperam a  fragilidade, a ansiedade, a não linearidade e ser incompreensível. Sendo assim, a educação formal precisa sofrer transformações que a permitam adequar-se e acompanhar a evolução da Humanidade.

As práticas pedagógicas individuais e cheias de culpabilização tornam-se a pedagogia do sucesso na vida em família, em sociedade e na vida profissional. Para isso, a centralização no conteúdo cede lugar para o desenvolvimento de competências; a pedagogia que só deseja o esforço dos estudantes passa a valorizar o interesse deles; a ditadura da razão reconhece a importância das emoções e da ludicidade; o foco no ensino desloca-se para a aprendizagem e o aprender a aprender; a disciplina rígida imposta pelo professor se flexibiliza para desenvolver a autonomia do aprendiz; e o autoritarismo do professor é substituído por uma autoridade dialogada e, assim, reconhecida. Nesse cenário, uso de novas tecnologias, flexibilidade, valorização das diferenças, adequação às necessidades de cada estudante, inclusão, equidade, metodologias ativas e avaliação contínua, trabalho em equipe e eficácia são essenciais.
Portanto, vá em direção ao futuro pelo caminho do amor, com coragem e resiliência, e sem permitir que o medo, a angústia ou as decepções o(a) impeçam de andar. Leve na bagagem a bandeira da paz, o abraço apertado, o sincero aperto de mão, lembrando-se de que não existe apenas início ou chegada, e que o importante é a preparação para a jornada e as mudanças ao longo dos itinerários destes novos tempos em educação!

 

Sobre o Autor:

Renato Casagrande, fundador e Presidente do Instituto Casagrande e Alleanza Educação, vice-presidente da Anebhi (Associação Nacional de Educação Básica Híbrida).Doutorando em Educação pela Universidade de Aveiro (Portugal). Mestre e bacharel em Administração, pela Fundação Getúlio Vargas. Licenciado em Matemática e Especialista em Liderança Educacional, pela Penn State University (EUA).
Conferencista, palestrante e consultor em Educação e Gestão. Autor de livros e artigos publicados tanto no Brasil, quanto no exterior. Imortal da ABRASCI- Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura

 

 

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