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A educação é um pilar fundamental para o bom desenvolvimento e para o avanço de toda uma sociedade. Porém, infelizmente, o caminho escolar em muitos casos não é linear e nem igual para todos os estudantes. 

E isso pode acontecer por diferentes fatores, principalmente por conta da evasão e do abandono escolar. Inclusive, segundo o IBGE, cerca de 400 mil crianças e jovens, entre 6 e 14 anos, não frequentaram a escola durante o ano de 2023.

Mas como entender as causas desses dados? Será abandono ou evasão escolar? Existe diferença entre os conceitos? Bom, todos esses questionamentos serão abordados no artigo desta semana!

Abandono e evasão escolar: o que muda?


De maneira bastante resumida, o abandono escolar pode ser entendido como o ato de deixar de frequentar as aulas durante o ano letivo; já a evasão é caracterizada pela não efetivação da matrícula para o próximo ano. 

Mas é claro que existem outros fatores envolvidos nestes conceitos, conforme veremos a seguir.

Entenda o conceito de abandono


O abandono escolar, se refere ao processo em que um aluno, que está regularmente matriculado em uma escola, interrompe sua frequência de forma parcial ou definitiva. 

Em muitos casos, o abandono acontece de forma gradual, ou seja, o aluno começa a faltar frequentemente às aulas antes de interromper completamente sua participação na escola. Alguns dos principais fatores são:

  • Socioeconômicos;

  • Problemas familiares;

  • Falta de interesse;

  • Dificuldades acadêmicas.


Dessa forma, o papel da escola é crucial para identificar esses sinais de abandono e implementar estratégias de intervenção que possam garantir que o aluno permaneça matriculado na instituição.

Entenda o conceito de evasão escolar


A evasão escolar é o término definitivo da trajetória escolar de um aluno antes da conclusão de sua educação básica. Ao contrário do abandono, que pode ser temporário ou parcial, a evasão é uma decisão final de deixar a escola. 

Essa decisão, geralmente, ocorre após um período de abandono, mas pode também ser uma resposta direta a alguma situação pessoal, por exemplo:

  • Mudanças na estrutura familiar;

  • Gravidez na adolescência;

  • Necessidade de trabalho em tempo integral.


A evasão escolar tem implicações profundas, isso porque esses alunos enfrentam maiores desafios no mercado de trabalho, tendem a ter menores rendimentos ao longo da vida e estão mais sujeitos a situações de vulnerabilidade social. 

Além disso, a evasão escolar representa uma perda significativa para o sistema educacional, que investiu recursos na educação daquele aluno sem que ele tenha completado sua formação.


Fatores que contribuem para a evasão e o abandono 


Embora a evasão e o abandono sejam fenômenos distintos, eles estão relacionados e, muitas vezes, são causados por fatores semelhantes. Entre as situações mais comuns, estão as seguintes:

1. Dificuldades acadêmicas


A evasão e o abandono podem ser causados por problemas ligados ao cenário da aprendizagem. Isso porque, alunos que enfrentam dificuldades, especialmente quando não diagnosticadas ou tratadas, muitas vezes perdem o interesse pela escola.

2. Ambiente escolar


Outro ponto que precisa de atenção é quando o ambiente escolar não é acolhedor, onde o bullying é comum, ou onde os alunos não se sentem valorizados. Isso tudo pode levar ao desengajamento e, consequentemente, à evasão e ao abandono.

3. Problemas familiares


Outros pontos que merecem atenção são as estruturas familiares desestabilizadas, violência doméstica, ou falta de apoio emocional e acadêmico em casa. Isso porque, essas são situações que podem contribuir para a evasão e o abandono escolar.

 

A importância de entender sobre evasão e abandono


Compreender a diferença entre evasão e abandono escolar é crucial para a formulação de políticas eficazes. Afinal, os fenômenos representam desafios significativos.

Porém, com abordagens coordenadas e centradas no aluno, é possível reduzir suas taxas e garantir que mais alunos completem sua educação, alcançando seu pleno potencial. 
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A evasão escolar é um dos maiores desafios da educação brasileira, especialmente no Ensino Médio, que apresenta as maiores taxas de abandono. Dados do Ministério da Educação revelam que o Ensino Médio tem a taxa de evasão mais elevada entre todos os ciclos, com 13,3% dos estudantes deixando a escola antes de concluir essa etapa​. Embora o problema seja mais evidente nesse nível, ele também afeta a educação básica, particularmente em grupos mais vulneráveis, como estudantes quilombolas, indígenas e da educação especial​.

A evasão escolar é um fenômeno complexo que resulta de múltiplos fatores, como problemas econômicos, questões sociais e a falta de apoio familiar e escolar​. Em relação ao contexto internacional, o Brasil ocupa uma das posições mais críticas, com a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)​. Diversas soluções internacionais foram propostas para mitigar esse quadro, no entanto, quando falamos de prevenção, o papel da família se destaca como fator central.

É sabido que, mesmo em circunstâncias adversas, os pais e responsáveis podem desempenhar um papel fundamental ao criar nos filhos a percepção do valor da educação. Estudos indicam que a falta de envolvimento familiar pode agravar o risco de abandono escolar. Famílias que mantêm uma participação ativa na vida acadêmica dos filhos — comparecendo às reuniões de pais e mestres, acompanhando as notas e buscando ajudar com os deveres de casa — têm mais chances de garantir que os estudantes permaneçam na escola​​.

Outro dado importante é que, segundo pesquisas do California Dropout Research Project, a evasão escolar está fortemente ligada à ausência de um ambiente familiar que valorize a educação. O engajamento da família, muitas vezes, é a chave para que os alunos superem barreiras socioeconômicas e concluam o ciclo escolar. A educação é, em muitos casos, a única ferramenta capaz de quebrar o ciclo da pobreza, e os pais têm o poder de transmitir essa mensagem aos filhos desde cedo​.

Para aqueles que enfrentam dificuldades em participar presencialmente das reuniões escolares, recomenda-se buscar alternativas, como agendar conversas com professores e coordenadores em horários alternativos ou manter contato por outros meios de comunicação oferecidos pela escola. Além disso, demonstrar interesse constante pela rotina escolar e discutir o dia a dia dos estudos com os filhos pode reforçar neles a ideia de que a educação é uma prioridade​​.

A participação familiar é crucial para o sucesso educacional. A família não apenas atua como um suporte emocional, mas também como uma ponte entre o estudante e a escola. Quando os pais reforçam o valor da educação, mesmo em ambientes desafiadores, eles criam nos filhos a resiliência necessária para enfrentar e superar os obstáculos ao longo da jornada escolar.